Cápsula está descendo para buscar o décimo oitavo mineiro, dos 33 que estavam soterrados. Operação pode ser finalizada ainda nesta quarta-feira, segundo o presidente do Chile.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A maior operação de resgate da história da mineração entrou em sua segunda metade na tarde desta quarta-feira, dia 13, no Chile.
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Cerca de 13 horas e 40 minutos depois do início da operação, chegou à superfície o 17º mineiro, Omar Reygadas, de um total de 33 homens soterrados há 69 dias. Algumas horas antes, o presidente chileno, Sebastián Piñera, havia dito que a operação poderia ser finalizada ainda nesta quarta-feira.
Piñera disse que “os prazos foram encurtados porque a operação de resgate de cada mineiro demorava uma hora, (mas) agora estamos resgatando três mineiros a cada duas horas”. “Faltam sete a oito horas de resgate, então pode ser que termine ainda hoje.”
Em coletiva ao lado do presidente boliviano, Evo Morales, o mandatário chileno disse que a operação demonstra “o compromisso de um povo inteiro”, já que “a maioria dos chilenos manteve vivo o sonho” de que a operação fosse bem-sucedida.
Pouco depois do 14º resgate, Piñera recebeu um telefonema do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem disse ter vivido “uma noite mágica”. Em seguida, ligaram Cristina Kirchner, da Argentina, Hugo Chávez, da Venezuela, e David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha.
Morales, que foi à mina se encontrar com o presidente chileno e com o minerador boliviano Carlos Mamani, único estrangeiro entre os 33 soterrados, agradeceu o esforço de resgate de seu compatriota. Mamani recebeu de Morales uma oferta para trabalhar na estatal boliviana de petróleo.
Segundo o ministro da Saúde chileno, Jaime Mañalich, todos os trabalhadores resgatados estão se recuperando bem. Eles estão sendo levados de helicóptero ao hospital de Copiapó, onde devem ser monitorados por 48 horas.
Volta à superfície
Florencio Avalos foi o primeiro a chegar à superfície à 0h10 local (mesmo horário de Brasília), após ser içado de 624 metros de profundidade em uma cápsula. Em seguida, saíram Mario Sepulveda, Juan Illanes, Carlos Mamani, e o mais novo de todos, Jimmy Sanchez, de 19 anos, pai de um bebê de quatro meses.
Avalos, Sepulveda e Illanes foram escolhidos para serem os primeiros a subir por serem os mais fortes do grupo – logo, estariam mais capacitados para lidar com eventuais dificuldades na subida.
O sexto mineiro foi Osmán Araya, que chorou ao abraçar a esposa Angélica. Em seguida, foi resgatado José Ojeda, autor do bilhete encontrado no dia 22 de agosto, 17 dias após o acidente. A nota afirmava que os mineiros estavam vivos.
O oitavo trabalhador a sair da mina foi Claudio Yanez, que foi recebido por sua noiva, Cristina Nuñez. Eles decidiram se casar depois do acidente. Em seguida saíram Mario Gómez, Alex Vega e Jorge Galleguillos.
“Estou de volta à vida”, disse Gómez, de 63 anos, o mais velho dos 33 homens presos. Ele sofre de hipertensão e silicose, doença respiratória comum entre mineiros, e foi retirado usando uma máscara de oxigênio.
Pouco antes das 11h chegou à superfície o 13º mineiro, Carlos Barrios, de 27 anos. Ele tem um filho de cinco anos e não sabe que vai ser pai de um segundo: sua namorada, Carolina Véliz, está grávida. Barrios é fanático por futebol e trabalha há apenas seis meses com mineração.
Já na manhã desta quarta-feira, antes de Reygadas, foram içados Daniel Herrera (16º a ser resgatado), Víctor Segovia (15º) e Víctor Zamorra (14º).
O último homem a ser retirado deve ser Luis Urzua, 54. Ele é considerado o líder dos mineiros e teve participação crucial nos primeiros dias que sucederam o acidente, quando o grupo teve de racionar comida para sobreviver.
Informações de Folha.com
FOTO: Hugo Infante/AP