Gaúcho percorre mais de 2.500 quilômetros em protesto contra a falta de tratamento para obesidade mórbida
O gaúcho Cristiano dos Santos completou nesta terça-feira o percurso que o coloca como um ícone no Brasil na luta contra a obesidade. Depois de sair de Cachoeirinha em 2 de janeiro de 2007 e passar por 104 cidades, ele chegou a Brasília, onde irá se encontrar com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
Cristiano irá entregar uma carta ao Governo Federal protestando contra a falta de tratamento para obesos mórbidos. Ele diz que constatou o maior descaso do governo nas cidades do interior do Brasil.
O gaúcho percorreu 2.675 quilômetros em 176 dias, quando perdeu 12 quilos. No início da aventura, ele pesava 130 quilos. “Quero chamar a atenção da sociedade brasileira para a doença da obesidade mórbida. Além disso, fazer com que o governo dê mais apoio aos obesos”, argumenta.
O tema da reunião com o ministro da Saúde será o futuro do combate à obesidade no Brasil. Para ele, o governo não se preocupa com as pessoas que sofrem desse mal. Entre as reivindicações que vai apresentar ao ministro está a implantação da portaria 390/2005, que estabelece novos procedimentos para o tratamento da obesidade mórbida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Cristiano também protesta contra o aumento de operações para emagrecimento e pede o aumento do número de hospitais que atendem pessoas obesas. Dados do Ministério da Saúde indicam que o SUS financiou a realização de 9.945 cirurgias bariátricas -de redução de estômago – desde 2002, quando começou a fazer esse tipo de operação. Os recursos destinados foram de R$ 31.477.793,15.
Na carta que Cristiano preparou para Temporão, ele pede apoio para a realização da 1ª Conferência Nacional de Combate à Obesidade do Brasil, para a criação do Plano Nacional de Combate à Obesidade e para a implantação de um Comitê Provisório do Assunto Obesidade.
“Pedimos melhor qualidade de vida para os obesos brasileiros, e provar que não precisamos somente de cirurgia para minimizar a doença, e sim de assistência como um todo, para sobrevivermos de forma mais digna”, afirma.