Por: Daniel Caporale
No cenário global atual, somos desafiados a repensar o significado da comunidade em um mundo cada vez mais hiperconectado. O fenômeno do hiperconsumo e da hipercomunicação está, gradualmente, esvaziando o valor das relações sociais e da diversidade da vida.
Qual é o verdadeiro significado cidadão do social em nosso tempo? Como podemos transformar nossas vidas para criar um mundo de comunidades mais inclusivo e acolhedor?
Estamos testemunhando a transformação de nossos espaços cidadãos, que — outrora centros de encontro, interação e coletividade — estão perdendo sua identidade original e tornando-se vazios de conteúdo social.
Praças e ruas estão se transformando em estacionamentos de carros, enquanto rodovias congestionadas nos direcionam a shoppings que priorizam o consumo de bens em detrimento das interações humanas.
Nesse contexto, surge uma pergunta essencial: conseguiremos manter nossas sociedades e comunidades locais como as conhecemos, fundamentadas em um modelo que coloca a acumulação de bens acima da essência do “ser”?
O cenário atual coloca os objetos a serviço do hiperconsumo, mas, paradoxalmente, nos afasta cada vez mais das pessoas. Os resultados incluem uma sociedade marcada pela exclusão, pelo desperdício de recursos devido ao consumo desenfreado e pela fragmentação social, que mina os valores e regras de convivência, e, portanto, da dinâmica de uma identidade social genuína.
Diante dessa realidade, como podemos contribuir para fortalecer o conceito de “comunidade” nos espaços cidadãos? Como podemos promover relações e encontros significativos, mantendo o valor da diversidade individual, mas priorizando o cuidado pelo bem público, pela vida coletiva íntegra?
É possível conceber espaços coletivos ricos em conteúdo social? Sonhamos com a disseminação de uma cultura cidadã consciente e universal que compreenda a importância da prática da sustentabilidade, da ética econômica, da equidade social e da governança participativa.
Qual é o verdadeiro significado cidadão do social em nosso tempo? Como podemos transformar nossas vidas para criar um mundo de comunidades mais inclusivo e acolhedor? Convidamos todos a refletir sobre essas questões e a unir esforços para tornar realidade o sonho de uma comunidade global consciente da importância do cuidado com a vida na Terra.