Nos idos dos anos de 1970, Novo Hamburgo passou a admirar ainda mais a história de um hamburguense.
Por um ato de honestidade, ele ficou conhecido em toda a cidade, e não só por isso: passou a levar tal feito no nome. Falamos do falecido empresário hamburguense “João Honesto”, ou João Fernando Joner. O JH, que foi um dos mais populares corretores de imóveis da cidade, á época, devolveu um envelope de dinheiro entregue por engano a ele, no banco do Rio Grande (Banrisul). Por tal ato, e por onde passava, assim ficou chamado.
João Honesto tinha um verdadeiro paraíso, que fica localizado em uma das mais belas cidades gaúchas: Canela.
A Fazenda Sonho Meu, que tem seus primeiros registros em 1924, foi de propriedade da família Ortiz, depois do político gaúcho Ataliba de Figueiredo Paz, e, por último, do hamburguense Manfredo Kurt Schmitt. E, aí, vem a linda história.
Dez anos depois da compra de Schmitt, no final da década de 70,e há aproximadamente 40 anos, a Fazenda Sonho Meu passou a pertencer à família Joner, destinada ao lazer e à pequena produção agrícola de consumo próprio. O nome atual da propriedade deriva da vontade do patriarca em ter um local onde pudesse descansar, cultivar, zelar e principalmente receber seus amigos para pequenas festas, jogos de carta e bocha.
O corretor Joner tinha essa propriedade em sua carteira de imóveis para ser vendida. Por inúmeras vezes, ao longo de um ano, trouxe muitos clientes interessados para conhecerem a área que na época tinha aproximadamente 100 hectares.
Com essas visitas seu amor e vontade de adquirir a propriedade foram aumentando, o que ainda estava fora de suas possibilidades. Em certo momento o antigo proprietário, senhor Manfredo Kurt Schmitt, amigo pessoal de João Honesto, viu o interesse que ele tinha pela propriedade e reconheceu o esforço deste em tentar vendê-la, e questionou porque ele não a comprava. A vontade existia, mas as condições, não. “E aí aconteceu um legítimo negócio entre amigos. Sr. Manfredo aceitou a proposta feita pelo amigo corretor que juntou o que tinha para comprar a fazenda, desde que a comprasse para realizar o seu sonho e não para renegociar mais adiante”, contou o filho e atual gestor da fazenda, João Henrique Joner.
Com o passar do tempo foram feitas benfeitorias, construção de galpões, e instalações para a lida com o gado. E o tempo possibilitou a aquisição de mais pedaços de terra que faziam divisa com a fazenda, totalizando uma área de aproximadamente 300 hectares.
Viram que continuando assim seria muito difícil para manter a estrutura a essa distância, até que um dia um dos herdeiros decidiu por dar continuidade ao sonho de João Honesto, vindo morar na propriedade e desenvolver alternativas de preservação da Fazenda Sonho Meu.
Hoje, o local é aberto ao público e recebe centenas ou até milhares de pessoas todos os anos. Com o Vivendo, a empresa recebe crianças, adultos e até idosos.
Com uma paisagem única, o local “abre às portas” com um açude único, enorme, e pinheiros centenários. Neste açude, há uma ponte e até uma tirolesa, que atinge 45km/h.
Os pinheiros servem para rapel, casas na árvore, dentre outras estruturas. O galpão, de temática antiga, para reunir todos.
E, uma porteira divide a entrada a dezenas de hectares, com árvores e animais exóticos. São 8 quilômetros de trilhas dentro da fazenda, que termina com outro lindo açude: uma verdadeira paisagem do Pampa gaúcho.
Vale a pena conhecer a fazenda Sonho Meu. O WhatsApp é (54)3282-7858.
NOTA DO EDITOR
Ontem fui até a Fazenda, com minha turma na Feevale. Que lindo dia, que lindo momento, que lindo lugar. Se escrevo paraíso, é por que, talvez, os queridos João Honesto e Manfredo não pensaram no tamanho feito que essa história entre amigos geraria: um local reforça ainda mais o amor, o carinho e a caminhada de nossas vidas. Tudo isso ao lado de amigos, com a honrosa memória de dois “parceiros de vida”, que construíram uma propriedade cheia dela.