
Por don Arabí Rodrigues
Novo Hamburgo do calçado, noventa e quatro janeiros.
Ao bem dizer teu passado, dou um viva aos Sapateiros.
Os alemães, brasileiros, por aqui, recém chegados;
mais dum século, acampados nas margens do Rio do Sinos,
traçando novos destinos no pago dos desgarrados.
A gaita, o chope, o chucrute, a bandinha, os atiradores;
a coragem e o desfrute dos nossos próprios valores.
Transformaram seus amores, à luz de suas ações;
incluindo as emoções, da formação do rebanho,
Rio Grande do Sul, d’antanho: Lomba Grande, das tradições.
Comércio, indústria, serviços, disciplina e produção;
brancos, negros e mestiços, todos em busca do pão.
O imigrante, um irmão, “sua visão”, vale ouro.
Não acredita em agouro, se há milagre, há expurgo,
pra transformar Novo Hamburgo, criou a indústria do couro.
Hoje em dia, o município, cresceu, ficou diferente;
mantendo o mesmo princípio, que norteou a sua gente:
hora certa pro “batente”, pro descanso, pro lazer.
– Quem ensina pra aprender, aprende mais ensinado,
ouço isso, aonde ando e é o meu modo de ver.
Prefeita, prepara a sala estamos de aniversário;
a emoção que nos embala, aponta pro calendário.
Atenção, o centenário da gloriosa emancipação, tem a voz do alemão
ecoando no mundo inteiro. Viva o Borges de Medeiros:
governo desta benção. Ao Poder Legislativo,
o meu verso se levanta e já “de pronto”, o motivo
para os de voz, na garganta. O pajador, quando canta,
floreia coplas de amor; bendito seja o valor,
qu’encanta vossa plateia. Faço parte dessa odisseia,
como antigo vereador. Desta tribuna, na praça
dos reclusos, dos decretos; venho aqui pra render graças,
aos que continuam quietos. Em honra ao Grande Arquiteto,
dono da nossa vontade, desejo prosperidade, à minha terra adotiva;
o seu povo é o que motiva, bendizer sua bondade.
Nh. casa do rio, abril, 05/21