O anúncio foi feito na Fundação Liberato, nesta sexta, pelo representante do Ministério do Trabalho e Emprego
O Governo Federal lançará uma chamada pública até o final do mês e poderá liberar até R$ 1 milhão de reais para as cooperativas de catadores de materiais recicláveis de Novo Hamburgo.
O anúncio foi feito no final da manhã de hoje, pelo diretor de fomentos a economia solidária da secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, Dione Manetti, durante um Seminário sobre biocombustíveis, realizado na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha.
Manetti cita que poderá concorrer a Cáritas Diocesana de Novo Hamburgo que, em parceria com a Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, está reunindo um grupo de trabalhadoras, em Hamburgo Velho, tendo o óleo usado de cozinha como matéria prima.
A iniciativa poderá se tornar uma fábrica de biocombustíveis, a partir da reciclagem do óleo. “No total, o Governo Federal estará disponibilizando R$ 31 milhões para iniciativas desse porte em todo o Brasil”, argumentou Manetti.
Outro palestrante do encontro foi o coordenador do Programa de Economia Solidária de Campinas/SP, Adauto Marconsoni que salientou que o projeto está sendo todo baseado em uma política pública iniciada em 2001 naquele município.
Segundo o modelo campinense, a coleta é pública e, diariamente, um van percorre os diversos bairros da cidade com recipientes de plásticos de 50 litros vazios que vão sendo substituídos por cheios junto aos pontos de coletas da cidade. “Temos uma proposta de fechar uma parceria com 100 postos de combustíveis para virar ponto de coleta de óleo usado de cozinha”, adianta.
Marconsoni informou que o programa de geração de trabalho e renda vem sendo gerido por uma cooperativa composta por 23 pessoas, as quais, além de gerenciar diversos segmentos de coleta seletiva de resíduos sólidos, ainda dispensam uma atenção especial ao recolhimento de óleo usado de cozinha. “São 30 mil litros por mês que são transformados em biodiesel”, comenta.
O representante de Campinas disse que o divisor entre biocombustível e biodiesel está na obtenção da Medida Provisória (MP) autorizando a comercialização do óleo. “A cooperativa de Campinas ainda não obteve a MP, porém, ela já conquistou um importante espaço no fornecimento da matéria-prima”, comenta.
Com relação ao resíduo da glicerina, Marconsoni revela que o empreendimento possuiu um destilador do produto que depois de trabalhado permitirá que a matéria-prima seja repassada para algumas empresas de cosméticos. “Uma informação técnica, o produto precisa ser trabalhado recebendo um calor energético que deverá variar entre 45 a 50º C”.
O técnico paulista ainda informou que eles trabalham com a seguinte margem de cálculo: o litro do produto bruto é comprado em média a R$ 0,30 centavos, enquanto que o litro do biodiesel é comercializado a R$ 1,70 (um ganho bruto de 467%).