A preservação da história de nossa cidade e região. Assim pode ser definida o tema que norteará as atividades do Arquivo Público Municipal programadas para o mês de agosto, quando completa 15 anos.
Para marcar a data, no dia 4 de agosto, no Teatro Paschoal Carlos Magno acontecerá a 1ª Mostra Diversificada de Conhecimento. O evento, que ocorrerá das 8h30 às 18h, abordará as pesquisas que tiveram como base o acervo do Arquivo Público. Para mediar os diálogos estará presente a diretora do Arquivo Histórico da Santa Casa, Vera Maciel Barroso, uma das motivadoras para a criação do Arquivo Público em Novo Hamburgo.
Na mostra serão apresentados 15 trabalhos e relatos de pesquisas que reafirmam a importância do acervo documental do Arquivo Público para a cidade e historiadores. Entre os assuntos abordados estão o Rio dos Sinos, futebol, Genealogia, Escolas de Samba, Etnias, Política entre outros. “Muitas pessoas contabilizam apenas o número de pesquisadores que frequentam o Arquivo Público Municipal, porém a sua relevância é medida pela quantidade de pessoas que acessam essas pesquisas e a forma como essas impactam na sociedade”, explica a coordenadora do Arquivo Público, Marilza Bitencourt.
História e futebol
Gilson Warken trabalhava com projetos na área petroquímica, mas é a história do futebol que o faz passar cerca de quatro horas por dia no Arquivo Público. O objetivo de tanta dedicação é o lançamento do primeiro livro sobre o Esporte Clube Novo Hamburgo, na categoria amador, pesquisa que depende das edições dos jornais locais entre as décadas de 50 e 70. Torcedor do anilado, Gilson considera essa pesquisa uma homenagem ao ex-treinador Leodomar Onofre Lourenço, responsável pelo treino de atletas que se destacaram em grandes times.
Para ele, o Arquivo Público Municipal ratifica sua importância a partir do momento em que é uma fonte para que o hamburguense conheça sua própria história. “É uma maneira de manter a história viva para facilitar o resgate de fatos históricos da nossa cidade. Em muitos casos, os periódicos da época são mais confiáveis que a literatura”, diz.
Um milhão de páginas de História
Parte da história de Novo Hamburgo está sob os cuidados do Arquivo Público Municipal que, desde 2000, é guardião de documentos e registros históricos da cidade. Segundo Marilza é difícil precisar a quantidade de material em volumes, uma vez que o espaço é composto pela hemeroteca, com coleções dos jornais 5 de Abril, Gazeta de NH, Jornal Hamburguês e Jornal NH, documentos de entidades comunitárias, fotografias, relatórios, livros de registros, biblioteca de apoio e cadernos especiais. “Acredito que tenhamos cerca de um milhão de páginas de história”, contabiliza. Para gerenciar todas as obras, por questões legais, o acervo conta com três professores concursados, com formação em História.
Um dos documentos destacados por Marilza é a ata manuscrita pós-emancipação do Município. Além disso, um livro de queixas, retrata de que maneira as pessoas resolviam seus conflitos. “Esse era um livro no qual as pessoas registravam reclamações como brigas de vizinho, roubos de galinha e outras situações que hoje são registradas por Boletim de Ocorrência”, lembra.
Função social do arquivo público
Engana-se quem pensa que os registros do Arquivo Público são acessados apenas por historiadores ou estudantes. Muitas pessoas usam os registros até mesmo para fins de aposentadoria. “Muitas empresas foram consumidas pelo fogo ou outra fatalidade. O registro feito pela imprensa serviu para que os trabalhadores pudessem provar que não há mais documentos válidos e assim requerer a sua aposentadoria”, conta a coordenadora.
Há casos, também, em que as pessoas procuravam matérias na imprensa de acidentes que sofreram para então acionarem o seguro. Ou mesmo procurar a história da sua própria família por meio de registros genealógicos ou matérias. “Há aquelas pessoas que tem uma grande tragédia na família e, por meio desse resgate, conseguem saber o que aconteceu com seus antepassados e cicatrizar as feridas deixadas pelo sofrimento da dúvida”, completa.
Quem vem até o Arquivo Público Municipal recebe toda a orientação necessária para buscar o que procura, assim como orientações de manuseio das obras. “Costumamos dizer que, mesmo quem não encontra o que veio buscar nunca sai de mãos vazias. Orientamos onde essas pessoas podem achar o que precisam”, revela Marilza.
Estrutura
O Arquivo Público de Novo Hamburgo possui duas salas, sendo uma administrativa e acervo e outra para pesquisa. Nessa, é possível receber um grupo de até 20 pessoas. Já para grupos maiores, é agendada a sala 31, que fica em frente e comporta até 60 pessoas. Para quem pretende visitar o espaço com grandes grupos, é necessário agendar pelo telefone 3593 2013 ramal 208 ou pelo e-mail [email protected].
Serviço:
Arquivo Público de Novo Hamburgo
Centro Municipal de Cultura – 3º andar
Rua: Eng. Ignácio Plagg, 66 – Centro
Telefone: 35932013 ramal 208
Atendimento ao público: de terça a sexta, das 8h30min às 11h30min e das 13h às 17h
Segunda-feira: expediente interno.
O que não é permitido no Arquivo Público
– Comer e beber no local
– Atender ao celular no espaço de pesquisa
– Manusear as obras sem luvas (essas são fornecidas pelo Arquivo)
– Retirar obra (essas são apenas para consulta local)
– Xerox – por danificar o documento.
O que é permitido
– Fotografar os documentos
Com informações da PMNH
FOTO: Cler Oliveira / PMNH