O feriado de Nossa Senhora dos Navegantes resultou em um recorde negativo na Operação Golfinho: 266 salvamentos e nove mortes
O feriado de Nossa Senhora dos Navegantes, comemorado na sexta-feira, dia 2 de fevereiro, vai ficar marcado como uma lembrança triste na história da Operação Golfinho. Foi neste dia que se registrou o maior número de mortes por afogamento da história da operação. As sete vítimas da sexta-feira se somaram a uma na quinta-feira e duas no sábado, totalizando nove mortes nas águas do litoral gaúcho.
O grande número de falecimentos por afogamento também contribuiu para acabar com a imagem de veraneio tranqüilo nas águas. Isto porque, até então, cinco pessoas tinham perdido a vida no litoral do Estado. Agora, o número subiu para 14 vítimas. No ano passado, foram registrados 20 óbitos em todo litoral.
Outro dado preocupante é em relação ao número de salvamento, que atingiu o recorde de 266 salvamentos na sexta-feira. Foi o maior número de resgates realizado em um único dia pela Operação Golfinho, que tem 37 anos de atuação. Antes, o recorde era de 224 salvamentos, registrado em 31 de dezembro de 2005.
As vítimas do feriado:
Cassino: Letícia Valdinelli Nogueira da Costa, 13 anos, desapareceu na praia do Cassino, no Litoral Sul, por volta das 19 horas de quinta-feira. Seu corpo foi reconhecido no sábado.
Arroio do Sal: A secretária da Saúde de Três Cachoeiras, Marione Boff Hieger, 47 anos, afogou-se na manhã de sexta-feira. Ela chegou a ser internada na UTI do Hospital de Torres, mas morreu 10 horas depois de ser retirada da água.
Imbé: José Ernesto Ruppel, 53 anos, tentou salvar o filho de 12 anos que se afogava no mar e acabou sendo mais uma vítima da sexta-feira. Ele foi levado ao posto de saúde de Imbé, mas acabou falecendo.
Osório: Jorge Luiz da Silva Borges, 30 anos, e José Carlos Alves da Silva, 44 anos, morreram afogados em Atlântida Sul em diferentes horários, na sexta-feira. Os corpos foram reconhecidos no sábado.
Pinhal: Em Magistério, Fabiano Silveira de Souza, 16 anos, foi retirado da água já sem vida.
Quintão: Jorge Luís Nunes, de Porto Alegre, morreu no dia em que completava 46 anos. Ele faleceu a caminho do posto médico.
Santa Vitória do Palmar: Deusdari Ribeiro Perez, 47 anos, de Santa Vitória do Palmar, morreu na praia do Hermenegildo, no Litoral Sul, ao sentir-se mal dentro d’água.
Oásis: Cláudio Augusto Batista dos Santos, 47 anos, foi resgatado em Oásis, mas morreu no Posto de Atendimento 24 Horas de Tramandaí, no sábado.
Dicas para se banhar
Em entrevista recente ao portal novohamburgo.org, o salva-vidas Jaulin Irapuan de Oliveira Parahyba deixou algumas dicas para os banhistas. São conselhos importantes para um momento como este, que exige reflexão antes de entrar no mar:
Em primeiro lugar, não ingerir bebida de álcool ao banhar-se.
Segundo: o cuidado com as crianças, para que não se percam. Devem estar sempre acompanhadas dos pais ou responsáveis.
Os veranistas devem procurar banhar-se no horário em que haja atendimento nas guaritas de salva-vidas de segunda a segunda. Das 8h30min às 19h30min durante a semana e das 8h às 20h nos fins de semana e feriado.
Em quarto lugar, devem banhar-se onde há salva-vidas e não em locais não urbanizados ou áreas de pesca.
Em quinto, não se jogar de moles ou banhar-se próximo.
Em sexto uma importante informação: 65% das mortes são em rios, lagos e lagoas onde não há salva-vidas. Sugere-se que sejam procurados sempre balneários com salva-vidas.
Evitar qualquer tipo de aventura na água, mesmo que saiba nadar. Pois leva ao cansaço e muitos nadadores já morreram, neste sentido.
Em oitavo, identificar as crianças com pulseiras, para caso de se perderem dos responsáveis, com nome, telefone e endereço. A pulseira pode ser pega com os salva-vidas (disponibilizada pela Brigada Militar).
Por fim, respeitar a sinalização das bandeiras. A constar a vermelha prevê banho desaconselhável, a amarela banhar-se com cuidado, a verde é própria para o banho e a azul identifica que fora encontrada uma criança, um idoso ou doente, e está no posto.