Uma triste notícia. Novo Hamburgo se despede hoje de Emília Margret Sauer, uma vida centenária dedicada ao ensino da Arte. Ela faleceu na manhã deste domingo (16), de forma natural.
Nascida em 25 de julho de 1922, em Ijuí, filha do pastor luterano Jacob Sauer e da escritora Clara Maria Sauer, alemães emigrados para o Brasil no ano de 1920, Emília Margret Sauer, ou Dona Emi, foi um dos nomes mais importantes na história do ensino de arte em Novo Hamburgo. A família veio para o Vale do Sinos em 1928, quando o pai assumiu a vaga de pastor na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Lomba Grande, residindo ali até 1950, quando o pastor Sauer faleceu num acidente de carro.
Formada em música pelo conservatório Carlos Gomes, do Colégio São José de São Leopoldo, com a morte do pai, Emi, a irmã Elizabetha e a mãe montaram uma pequena escola, onde as irmãs davam aulas de piano e a mãe lecionava inglês, francês e alemão. A escola, inicialmente, se instalou num pequeno chalé na rua Corte Real.
Em 1954, com o aumento considerável do número de alunos, Dona Emi procurou o prefeito Carlos Armando Koch com duas demandas: formalizar o registro da escola e buscar um local maior e melhor adaptado para instalar a Escola de Música das Irmãs Sauer.
A escola foi, de fato, registrada somente em 1958, já como Instituto de Belas Artes. No prédio da Av. Primeiro de Março, Emi Sauer fundou o Instituto de Belas Artes de Novo Hamburgo (IBA), cuja atuação se dava, além da música, também na dança e nas artes plásticas.
O Instituto de Belas Artes foi o primeiro curso de formação superior registrado em Novo Hamburgo, sendo considerado o embrião do movimento que fundou a ASPEUR e deu origem à Universidade Feevale.
Emília Sauer retornou para Novo Hamburgo no início dos anos 2000, já octogenária, sempre disposta a receber aqueles que a procuravam para uma boa conversa sobre arte, música e cultura. Nos últimos anos, Dona Emília Sauer viveu no residencial Sinfonia, sua última moradia hamburguense, onde era muito querida por todos e sempre tratada com o máximo carinho pela a equipe do residencial. Também a sua estada em Novo Hamburgo trouxe a possibilidade de conviver com amigos e ex-alunas. Em 2020 recebeu o Título de Cidadã de Novo Hamburgo, outorgado pela Câmara Municipal de Vereadores.
“O ensino de arte do Vale do Sinos, em especial da cidade de Novo Hamburgo, agradece o privilégio de ter compartilhado o último século com a senhora, Professora Emi. Obrigado, Dona Emi, fechamos as cortinas lhe saudado: Bravo, bravíssimo”, diz o curador da Fundação Scheffel e amigo pessoal de Emi, Ângelo Reinhreimer.

