Nesta quinta-feira, dia 25, foi inaugurado o Monumento Diversidade em 200 Anos, instalado na Praça Tiradentes, no Centro de São Leopoldo. A população agora pode contemplar a obra de arte, de autoria do escultor gaúcho Vinicius Vieira, que foi escolhida por uma comissão multidisciplinar em 2023, em concurso público nacional realizado pelo Município para selecionar um monumento em referência aos 200 anos de São Leopoldo e ao Bicentenário da Imigração Alemã no Brasil.
O edital do concurso, lançado pela Prefeitura da cidade, estabeleceu que os participantes deveriam atender a diversos aspectos simbólicos do território da antiga colônia de São Leopoldo, da diversidade multiétnica dos povos que constituíram a identidade da região, do pluralismo, entre outros aspectos relativos à evolução urbana, como a real feitoria, o rio dos sinos, a ponte de pedra, as ruas, etc.
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Neste contexto o Monumento Diversidade em 200 anos, confeccionado em metais e pedras, apresenta formas que simbolizam figuras humanas de mãos dadas, segurando diversas ferramentas utilitárias, assim remetendo a aspectos de valorização da diversidade dos povos que construíram coletivamente a cidade, em conceito que reforça a importância do trabalho, típica característica histórica da região de São Leopoldo, Assim a obra de arte inclui referências como chave-de-boca, enxada, bigorna pé-de-moleque, serrote, machado, martelo, lança, cordas e remo. Esta volumetria está circundada por mosaico de piso de pedras graníticas, que busca sintetizar elementos do território e da região, em memória ao ambiente natural e construído, através de concepção coesa que agrega os percursos sinuosos do rio dos sinos, as ruas e acessos, a ferrovia, as pontes, a vegetação, entre outras simbologias.
O escultor Vinicius Vieira destaca a importância dos monumentos públicos, afirmando que “as obras de arte, quando instaladas em lugares de grande visualização, se tornam bens acessíveis de natureza material e imaterial, com permanência que fortalece aspectos de identidade, de transformação e de memória das coletividades”. E que nesta perspectiva o Monumento Diversidade em 200 anos nasce com o intuito de envolver o público e as próximas gerações. Segundo o artista “é no espaço físico central das cidades que ocorre a maior convivência pública, gerando múltiplos compartilhamentos de valores sociais e culturais, e que neste caso é fator determinante no processo de formação da identidade multiétnica de São Leopoldo, constituída ao longo de dois séculos”. E acrescenta que a seleção do Monumento através da modalidade concurso estimulou o seu processo criativo, pois “além dos aspectos geográficos, de evolução urbana e de relação da escultura com o entorno, foram inseridas no projeto artístico diversas ferramentas que simbolizam a soma de conhecimentos formadores da identidade da região”.
O Secretário Municipal de Cultura e Relações Internacionais de São Leopoldo, Marcel Frison acrescenta que “esta obra é um presente para a nossa cidade e para o nosso povo, que marca, com sua estética instigante e bela, este momento histórico, com uma representação das forças que nos conduziram até aqui e sobre as quais devemos alicerçar nossa superação. O trabalho, o espírito comunitário, a integração das nossas diversas expressões sociais e, principalmente, nossas mãos dadas, nos inspirarão na construção de um grande futuro”.
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Sobre o Escultor
Vinicius Vieira (Porto Alegre, 1981). Escultor, Arquiteto e Urbanista. Graduado pela UFRGS. Pesquisa, cria e produz arte para espaços abertos, edifícios, instituições públicas e privadas. Trabalha com aço inox, aço corten, bronze, alumínio, concreto, granito, basalto e mármore. É autor de mais de 70 obras de arte permanentes de visibilidade pública em diferentes cidades do Rio Grande do Sul. Entre seus trabalhos se destacam o Monumento Pegada Africana na Praça da Alfândega, no Centro Histórico de Porto Alegre (UNESCO/Monumenta-IPAHN/PMPA), o Monumento ao Cinquentenário da UNIMED na Casa da Memória – Unimed Federação-RS, a obra no acesso principal da Fecomércio/RS, bem como o painel Jardim de Células e a escultura DNA da Universidade – ambas fruto de concursos nacionais de artes vencidos pelo artista junto à Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA. Ganham destaque ainda as criações do artista para jardins de edificações em Porto Alegre, que resultaram em dezenas de esculturas de visibilidade pública, com trabalhos nas avenidas João Pessoa, Goethe, Independência, Cel. Marcos, Nilo Peçanha, Praia de Belas, Wenceslau Escobar, entre outras. O artista já participou de mais de 100 exposições ao longo de sua trajetória. Possui ainda obras nos acervos do MARGS, do MAC, da Galeria do IAB RS e de diversos colecionadores brasileiros. Em 2023 foi vencedor do Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, com o trabalho Territórios Revistos em Ação de Difusão e Inovação.
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