Câmara hamburguense repudia ministros do TCU pela demora no julgamento da vinda do metrô
A Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo aprovou na sessão desta terça-feira uma moção de repúdio ao Tribunal de Contas da União (TCU) pela morosidade na análise do processo de extensão da Linha 1 do Trensurb entre São Leopoldo e Novo Hamburgo. O documento foi encaminhado aos ministros TCU, em Brasília, ao Governo Federal, à Bancada Gaúcha no Congresso Nacional, ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul e à Assembléia Legislativa.
Inicialmente proposto pela Comissão Especial Pró-trensurb, o documento acabou assinado por todos os parlamentares. O presidente da comissão, vereador Ralfe Cardoso (PSOL), explica que a intenção é manifestar o descontentamento da comunidade hamburguense pela demora.
“Daqui à frente, vamos mobilizar as Câmaras da região para que façam o mesmo e possamos, assim, sensibilizar os ministros do TCU. Não esperamos mais uma decisão favorável, mas sim uma decisão definitiva para que o processo tenha andamento”, diz Ralfe.
Analisando denúncias de irregularidades desde 2001, o TCU decidiu em agosto rejeitar a licitação para realização da obra. Em seguida, o Consórcio NovaVia, vencedor da concorrência, ingressou com recurso, que seria julgado no dia 07 de novembro.
Entretanto, sem justificativa, o ministro relator, Augusto Cavalcanti, acabou retirando da pauta. Segundo o presidente da Trensurb, Marco Arildo Prates da Cunha, nesse momento o andamento dos trabalhos depende apenas da decisão do tribunal. Antes disso, a empresa não pode sequer abrir um novo processo licitatório.
A extensão da Linha 1 de São Leopoldo à Novo Hamburgo prevê a construção de 9,3 quilômetros de trilhos e quatro estações, a última delas no centro hamburguense. Representa um acréscimo de 50 mil usuários por dia, considerada a passagem integrada, conforme estudos da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb). Em valores atuais, a obra custa aproximadamente R$ 600 milhões. “O trem é uma alternativa eficiente, segura e economicamente viável ao transporte convencional. Por isso sua importância para o Vale do Sinos”, avalia o vereador Ralfe.