Setembro de 2023 recém terminado reescreveu a história climática do Rio Grande do Sul. O clima levou os gaúchos ao limite e deixou muitas comunidades de joelhos diante da enormidade da destruição e da dolorosa perda de vidas humanas. Os volumes de chuva foram espantosos com acumulados de 500 mm a 700 mm em apenas trinta dias em parte do território gaúcho.
Foram 51 pessoas que perderam as suas vidas por chuva durante o mês no Rio Grande do Sul. Desde setembro de 1959, quando a chuva matou 94 pessoas no Centro-Serra, não se via um desastre natural igual. Foram sucessivos episódios de chuva extrema que assolaram tanto a Metade Norte como a Metade Sul gaúcha, o que levou os níveis de alguns dos principais rios do estado a patamares jamais vistos em 80 anos.
Quando no começo de setembro a MetSul alertava que setembro seria “absurdamente chuvoso” não era exagero retórico. O estado teve o maior desastre desde 1959 com 50 mortos, a maior enchente (e catastrófica) no Vale do Taquari desde 1941 e a maior enchente do Guaíba em Porto Alegre também desde o fatídico 1941.
Os números consolidados da precipitação registrada em setembro ajudam a explicar o mês absolutamente anormal e espantoso de chuva dos gaúchos. Estações do Instituto Nacional de Meteorologia registraram 680,6 mm em Caçapava do Sul; 546,4 mm em São Gabriel; 539,6 mm em Serafina Corrêa; 507,1 mm em Cruz Alta; 503,6 mm em Ibirubá; e 501,6 mm em Canguçu.
Os próximos dias
Volumes muito altos de chuva a localmente extremos são esperados nos próximos dez dias no Sul do Brasil. O alto volume foge muito à climatologia média histórica dos primeiros dez dias de outubro. Os desvios em relação ao padrão histórico devem ser mais notáveis no estado paulista, uma vez que recém começa a transição do final da estação seca no Brasil. Já as situações de maior risco se concentram em Santa Catarina e no Paraná.
Fonte: MetSul