Pesquisa do Procon de Novo Hamburgo reforça alerta aos consumidores; confira as orientações.
O Procon de Novo Hamburgo realizou, entre os dias 23 e 24 de janeiro, uma pesquisa comparativa de preços do material escolar em nove estabelecimentos da cidade. Na oportunidade, verificou-se o preço de produto idêntico, ou seja, mesma marca e modelo, além da variação de preço do mesmo produto, de acordo com a marca.
A maior variação para produtos idênticos chegou a 220,88% e foi verificada na pasta plástica com elástico. O menor preço encontrado foi de R$ 2,49, enquanto o maior chegou a R$ 7,99.
Entre os produtos pesquisados, destaca-se também o preço da cola branca de tubo Tenaz/Pritt, de 35 gramas. O menor preço encontrado foi de R$ 3,25, enquanto o maior chegou a R$ 8,40, uma diferença de R$ 5,15 (158,46%).
Opção por marcas tradicionais pode encarecer o produto
Na hora das compras, o consumidor também deve, sempre que possível, avaliar e comparar preços considerando marcas diferentes. Segundo o órgão de fiscalização, um produto de marca menos conhecida não significa, necessariamente, que seja de má qualidade. Esse equilíbrio entre preço e qualidade deve sempre ser considerado.
Para se ter uma ideia, o caderno universitário 10 matérias, da marca com valor mais elevado, custa R$ 65,00, enquanto o mesmo produto, com as mesmas especificações, porém de outra marca, com a capa sem personagens e adesivos, custa R$ 12,99. A opção pela marca mais conhecida do produto, com capa de personagens famosos, pode resultar em um acréscimo de 400,38%.
A amplitude de preço na comparação de marcas distintas, no entanto, pode ser ainda maior. O lápis preto n° 2 de menor valor era R$ 0,30 no período da pesquisa, enquanto o mais caro foi encontrado por R$ 9,80, diferença de 3.166,66%.
“A análise de materiais idênticos reflete para que o consumidor perceba que, mesmo se tratando do mesmo tipo de produto, a variação de preço é considerável, o que pode incentivar o hábito de pesquisar antes de comprar”, pontua Lucas Colleto, fiscal do Procon.
Orientações do Procon sobre a lista de material escolar
– As escolas só podem pedir itens diretamente relacionados ao processo didático-pedagógico do aluno;
– O estabelecimento não pode exigir marca, modelo ou estabelecimento comercial a ser adquirido o material;
– O fardamento pode ser comercializado exclusivamente na instituição de ensino ou em outro estabelecimento indicado, não incorrendo em prática abusiva, pois se trata de segurança da instituição quanto a sua logomarca e também para o aluno. Contudo, o preço oferecido deve estar de acordo com o praticado no mercado de consumo;
– Na hora da compra cabe ao consumidor avaliar a qualidade e o preço de produtos similares que também podem atender as necessidades, com economia.
– Produtos sofisticados ou com características de brinquedos podem distrair a atenção da criança, prejudicando o seu desempenho. O material constitui instrumento de trabalho para o aprendizado e, portanto, deve ser adequado à sua finalidade;
– Os produtos de limpeza para uso coletivo, material de higiene pessoal ou material de expediente devem ser ignorados, visto que este tipo de material é de responsabilidade da instituição de ensino, e já está sendo pago pelo consumidor no ato do pagamento da mensalidade escolar.
Dicas de compras e economia
– Antes de ir às compras, pesquise os preços. Também é recomendado mais cautela na hora das “promoções” já que, em muitos casos, as lojas vendem produtos mais em conta, mas, na verdade, repassam um valor mais alto em outros produtos;
– Algumas lojas concedem descontos para compras em grandes quantidades, portanto, sempre que possível, reúna grupo de consumidores e discuta sobre essa possibilidade com os estabelecimentos;
– Para economizar, antes de sair às compras, verifique quais os itens que restaram do período letivo anterior e avalie a possibilidade de reaproveitá-los;
– A nota fiscal deve ser fornecida pelo vendedor. Em caso de problemas com a mercadoria é necessário apresentá-la, portanto, exija sempre a nota fiscal;
– Evite levar os filhos na hora da compra. Eles geralmente tendem a desejar produtos de marca e da moda que são bem mais caros e não necessariamente de melhor qualidade;
– Aproveite para, desde cedo, servir como exemplo ao(s) seu(s) filho(s), trabalhando questões como o consumo consciente e custo-benefício;
– Embalagens de materiais como colas, tintas, fitas adesivas, entre outros, devem conter informações claras, precisas e em língua portuguesa a respeito do fabricante, importador, composição, condições de armazenagem, prazo de validade e se apresentam algum risco ao consumidor.