Desembolsos do BNDES para projetos de biocombustíveis podem chegar a R$ 3,2 bilhões em 2007
Os recursos para os biocombustíveis continuam a pipocar Brasil a fora. Nesta terça-feira, foi a vez do vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Armando Mariante, tornar público para todo o Brasil, que a instituição deve fechar o ano com recorde de desembolso para as organizações envolvidas na fabricação de biocombustíveis.
Segundo ele, o banco deve emprestar R$ 3,2 bilhões para projetos relacionados ao setor, representando um incremento de quase 60% no volume de recursos a serem repassados em 2007, comparativamente ao ano passado.
Recentemente, durante um seminário sobre biocombustíveis na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, o diretor de fomentos a economia solidária da secretaria Nacional de Economia Solidária, do Ministério do Trabalho e Emprego, Dione Manetti anunciou que Novo Hamburgo está no páreo disputando uma verba de R$ 1 milhão de reais, numa chamada pública federal, voltada aos catadores de resíduos recicláveis do óleo de cozinha.
Manetti citou que poderá concorrer a verba a Cáritas Diocesana de Novo Hamburgo que, em parceria com a Fundação Liberato, está reunindo um grupo de trabalhadoras, em Hamburgo Velho, tendo o óleo usado de cozinha como matéria prima. A iniciativa poderá se tornar uma fábrica de biocombustíveis, a partir da reciclagem do óleo.
“No total, o Governo estará disponibilizando este ano, R$ 31 milhões, para iniciativas deste porte, em todo o Brasil”, revelava Manetti. A este recurso federal, soma-se agora a previsão do BNDES para financiamento e tem-se uma idéia de como os biocombustíveis são o investimento do momento.
A quantia anunciada por Mariante representa 58,4% a mais que o desembolsado pelo BNDES, para o setor, no ano passado. Há três anos, os desembolsos do BNDES para a área de biocombustíveis apresentam ritmo crescente. Em 2004, os empréstimos para o setor somaram R$ 580 milhões, passando para R$ 1,08 bilhão em 2005 e atingindo R$ 2,02 bilhões em 2006. Atualmente, a carteira ativa do banco reúne 96 projetos para o setor de etanol, que totalizam apoio financeiro de R$ 11,3 bilhões.
Segundo Mariante, os números provam que o BNDES está totalmente inserido no programa de biocombustíveis do governo federal. Ele ressaltou que o banco não estabeleceu nenhum limite para apoio aos projetos relacionados aos biocombustíveis. “Se houver demanda, não faltarão recursos”, assegurou.