Cientista político da Feevale analisa os benefícios da vinda do presidente ao Estado nesta sexta-feira
Nesta sexta-feira, dia 24, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visita o Rio Grande do Sul para anunciar a liberação de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o Estado. O presidente deve chegar às 11h para assinar o convênio para obras de saneamento e urbanização em diversos municípios.
O cientista político, Rodrigo Perla Martins, professor e coordenador dos cursos de História e Ciências Sociais da Feevale, analisou alguns pontos sobre a repercussão com a vinda do presidente ao Estado. Ele considera que uma visita de lançamento de obras é sempre importante, ainda mais, tendo em vista obras novas.
Para Martins, com a liberação dessa verba federal para o PAC o Estado vai ganhar com obras necessárias de infra-estrutura, e considerando a situação financeira estadual, que ele classifica como quebrada, o investimento é ainda mais bem-vindo.
“A visita é importante pelo lançamento de obras do PAC. O Plano tem dinheiro e não tem lançado a totalidade de projetos. Como o presidente perdeu a eleição no Estado (em relação aos votos do resto do Brasil), bem como o PT, além de um possível desgaste do partido e do presidente, o lançamento de um conjunto de obras pode amenizar a relação Estado – Governo Central”, ressalta.
O menor apelo popular do presidente no Estado, também pode ser atribuído às várias prefeituras e governo estadual anteriores sob o comando do partido, o que seria um desgaste natural na opinião do cientista político.
“Também podemos refletir sobre a influência da mídia nessa questão do apelo popular. Como é um estado com uma boa classe média que consome essa “mídia”, poderíamos considerar que a construção desse apelo popular pode estar em desvantagem para o presidente. No caso das classes D e E, essa influência midiática não tem tanto campo”.
A governadora Yeda Crusius afirmou aproveitar a vinda do presidente para cobrar a liberação da extensão do metrô até Novo Hamburgo. Mas Rodrigo Perla acredita que a cobrança de Yeda não passa de uma disputa entre partidos.
“Como a mulher inteligente que é, sabe que foi no governo Fernando Henrique Cardoso que as obras foram embargadas por motivos de superfaturamento, conforme o Tribunal de Contas da União. E o mais incrível é que a obra tem dinheiro em orçamento para a realização. Essa “cobrança” da governadora não passa de disputa política por se tratar de PSDB – PT. Além disso, não podemos esquecer a velha máxima de sempre – o RS – estar contra o governo central”, diz.
Rodrigo não descarta a possibilidade de haver manifestações contra o presidente durante a permanência dele no Estado. “Pode ocorrer sim, principalmente no movimento interpretado como golpista do “Cansei”. Além desse, os partidos de oposição pela esquerda, PSOL, PSTU, entre outros, podem fazer algum tipo de manifesto”, conclui.