Destinado a apoiar a retomada de setores fortemente atingidos pela enchente de maio, o programa “Em Frente RS” contabiliza até o momento 446 empreendimentos contemplados pela linha emergencial. Através da iniciativa do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), já foram liberados em torno de R$ 124 milhões em financiamentos para empresas localizadas em municípios em calamidade pública.
Os dados fazem parte de balanço apresentado pelo diretor-presidente do banco, Ranolfo Vieira Júnior, nesta segunda-feira, dia 09, durante reunião técnica do Cresce/RS, iniciativa da Assembleia Legislativa para monitorar investimentos estratégicos para o Rio Grande do Sul. Ele salientou que, numa primeira etapa, o Em Frente RS foi direcionado aos permissionários do Mercado Público e da Estação Rodoviária de Porto Alegre; comerciantes que operam na Ceasa/RS; empresas situadas no Quarto Distrito da Capital e o segmento de bares e restaurantes em municípios atingidos pela enchente.
Acesso facilitado
O programa seguirá disponível até a metade de 2025. O Em Frente RS disponibilizou R$ 325 milhões e tem carência integral de 12 meses e mais quatro anos de prazo para pagamento do valor financiado, com prestações que vão reduzindo a cada mês. Com taxas entre as mais acessíveis no mercado, o programa pode ser contratado por meio dos parceiros operacionais do BRDE (Sicredi, Cresol, Sicoob e Unicred).
Repactuação de contratos
Durante o resumo das medidas que o BRDE adotou para socorrer a economia gaúcha, com a primeira medida adotada sendo a suspensão por um ano no pagamento de empréstimos. A iniciativa tem auxiliado empresas cujos negócios foram prejudicados pelas cheias mais graves já registradas no Estado e o congelamento temporário das dívidas com a repactuação de 314 contratos, conhecido como standstill, supera a marca de R$ 1,49 bilhão em renegociações.
A medida permitiu que importantes clientes do banco com alta capacidade de geração de empregos conseguissem retomar a produção e garantir a manutenção dos postos de trabalho. Entre os setores que tiveram a suspensão das dívidas estão cooperativas e indústrias do Vale do Taquari que ainda se recuperavam da enchente do ano passado. Ao mesmo tempo, o BRDE disponibilizou R$ 78 milhões para financiamento emergencial aos produtores rurais com custos de 4% ao ano. O apoio veio a partir do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Emergencial.
Demais setores
Através das demais linhas emergências viabilizadas com recursos de outros programas, o BRDE já liberou ou está em fase de contratação cerca de R$ 350 milhões em investimentos para aquisição de novos equipamentos, reformas e capital de giro. O presidente relatou que o setor industrial, através de fundos captados junto à linha BNDES Emergencial, atendeu a 16 empresas com um total de R$ 153 milhões.
Para o segmento de turismo, o banco contratou R$ 108 milhões. Já através do programa Sul Resiliente foram R$ 882 milhões em contratos com prefeituras. A parceria do BRDE com o Banco Mundial permite investimentos em obras de contenção às cheias e projetos para mitigar os impactos dos eventos climáticos.