Essa iniciativa parte de exemplos de cidades como Paris e Buenos Aires, onde jazigos de pessoas famosas se tornaram locais de turismo.
No próximo sábado, 24, o historiador Márcio Linck estará conduzindo uma visita guiada no Cemitério Cristo Rei, em São Leopoldo, onde serão exploradas as lápides e jazigos de personalidades que marcaram a história da cidade nos mais variados aspectos: político, administrativo, social, ambiental, esportivo e muito mais.
Essa iniciativa inusitada surge da ideia de que um cemitério também pode ser um local de herança cultural, um espaço que guarda biografias que nos ajudam a construir pontes entre o passado e o presente, independentemente de como essas personalidades influenciaram a sociedade ou contribuíram para o desenvolvimento da região.
Com essa visão, os cemitérios também se estabelecem como destinos turísticos, oferecendo uma experiência única que combina história, cultura e reflexão. Um exemplo famoso é o Père Lachaise, em Paris, onde o túmulo de Jim Morrison é um local de peregrinação para fãs de todo o mundo. Lá também se encontram sepulturas de figuras ilustres como Oscar Wilde, Balzac, Chopin e muitos outros.
Em Buenos Aires, o Cemitério da Recoleta, que abriga a sepultura de Evita, faz parte do roteiro turístico da cidade, juntamente com o cemitério da Chacarita, onde está o jazigo de Carlos Gardel, recebendo centenas de visitantes todos os anos.
Em São Leopoldo, o Cemitério Municipal Cristo Rei se destaca como um local relevante, pois a cidade é considerada o berço da colonização alemã no Rio Grande do Sul. O cemitério é um tesouro repleto de histórias e personagens que moldaram a identidade da cidade. Por exemplo, lá encontra-se a sepultura de Theodomiro Porto da Fonseca (*1879 / +1965), ex-intendente/prefeito que administrou São Leopoldo por 16 anos, deixando um legado de obras importantíssimas para o município.
No roteiro da visita guiada também está a sepultura de Henrique Luiz Roessler, pioneiro do movimento ecológico brasileiro e fundador da UPN – União Protetora da Natureza, uma das primeiras entidades ambientalistas do Brasil. Além disso, na memória daqueles que se destacaram como empreendedores, temos a figura de Franz Louis Weinmann, que deixou seu nome na fábrica de licores e vinagre – que ainda hoje é produzido e é encontrado no comércio.
Além de ser um espaço onde as pessoas prestam reverências aos seus entes queridos que partiram, a ideia é que o Cemitério Municipal Cristo Rei seja visto também como um ponto turístico e histórico da cidade, um espaço de aprendizado e apreciação, onde os visitantes possam se conectar com a herança cultural de São Leopoldo.