Era uma vez? Não, é uma vez na vida dos maravalhenses, que comandados pelo presidente Lalice, cujo país vive as festas comemoradas nas pizzarias. Neste caos, dinheiro não existe para a educação, transporte e saúde, mas para cobrir os desvios e erros públicos, sim.
Desde pequeno Lalice era forte opositor as opressões e comandos dos antigos presidentes. Tudo era errado e somente ele e seus amigos sabiam como fazer o país crescer. Finalmente é coroado presidente e seu tom ideológico muda e o povo, maravilhado com sua espaçonave, o aplaude já que aplauso feito era dinheiro no cartão maravalhense, com direito a combustível e alimentos, os quais são bancados pela exorbitante arrecadação tributária que assola o país das maravalhas ou quem sabe, do presidente Lalice.
Como em qualquer lugar do planeta, por detrás de um presidente, sempre tem um partido e este, sem dinheiro, exige medidas urgentes dos seus fiéis os quais, já sucumbidos pelos impostos e taxas, não sabem o que fazer. Por outro lado, a caneta real (presidente também se acha rei) decreta aumento de até 140% aos súbitos em cargos relevantes com o intuito de fortalecer o caixa partidário já que para estar nestes cargos de confiança, o mínimo é ser político de carteirinha e pagar o dízimo.
Agora o país das maravalhavas que vive em constantes inquéritos policiais, com diversos homens públicos sendo acusados e jamais processados por desvios e apropriações, reina feliz já que presidente Lalice nada vê e quando inquirido, sempre diz que nada sabe. Ao seu redor explode bombas e morteiros e aos seus olhos nada acontece.
Se o aumento não bastasse, cria novo ministério; já são tantos que os alunos maravalhenses não conseguem decorar os nomes destes políticos que mesmo não sendo médicos cuidam de área da saúde; mesmo não sendo agrônomos, cuidam de área agrícola; mesmo não sendo engenheiros florestais, assume posto que exija esta profissão e quando necessário, como a aprovação ou não de uma fábrica de bombas nucleares, fica ausente em almoço festivo.
E não é somente o país das maravalhas que estão em festa; suas províncias como a do sul está comemorando o aumento salarial dos deputados em 22% enquanto o governo, amargando o déficit público, não consegue pagar os salários dos milhares de empregos existentes. De outro lado, sabendo da real situação da província, classes favorecidas com já enormes quantias que recebem todos os meses, entram na justiça para garantir o pagamento de seus milhares, inertes a situação dos provincianos que amargam com um aumento de 5% em seus salários.
Que país é este? É o país das maravalhas cujos maravalhenses esquecem o que sofrem porque são acobertados pelos cartões e mais cartões distribuídos aleatoriamente aos supostamente necessitados. Não sabem enxergar tal qual o presidente Lalice nada vê ao redor e festejam os palanques e comícios porque sabem que logo engordarão com o dinheiro depositado em seus cartões. E durma-se feliz!
Oscar Schild, vendedor, gerente de vendas e escritor.