Muitos jovens católicos, não seguem as definições da Igreja, enquanto outros apóiam plenamente
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), aponta que a maioria dos jovens católicos não segue exatamente o que a Igreja determina, em questões como sexualidade e reprodução.
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Em entrevista ao Portal novohamburgo.org, dois jovens que participam do mesmo CLJ em Novo Hamburgo, o Nossa Senhora de Fátima, do bairro Guarani, comprovam o quanto estes assuntos são polêmicos e geram opiniões muito diferentes entre eles.
Segundo o autônomo, Adriano Oscar Bruxel, de 26 anos, a Igreja deve rever todos os temas que envolvem o jovem. “Sempre digo que sou da Igreja pé-no-chão. Por isso defendo o direito que o jovem deve ter sobre suas próprias decisões e sua vida”, diz Bruxel.
Para ele, a Igreja deveria pelo menos abrir um espaço de diálogo sobre esses assuntos, incluindo o celibato para os Padres e a ordenação de mulheres. Sobre temas como o planejamento familiar, a segunda união, a camisinha e o sexo antes do casamento, o jovem não concorda com as recomendações da Igreja.
“O sexo antes do casamento, por exemplo. Se existe uma certeza de ambas as partes, não é promiscuidade. É uma decisão madura do casal, com amor, e claro, com a pessoa que você pretende casar”, argumenta Bruxel.
A eutanásia e o aborto, porém, são os dois únicos casos indiscutíveis para ele. “Interromper uma vida é outra coisa. Isso é algo que só Deus deve decidir, não podemos tentar tomar o seu lugar nesse caso”, finaliza.
Porém, a estudante Bruna Mattana, de 15 anos, tem uma visão completamente diferente. “Acho que os jovens pensam que tudo é muito fácil porque o mundo de hoje, principalmente através da televisão, dá essa idéia. Use camisinha e você pode fazer o que quiser. Mas a verdade não é essa”, declara Bruna.
A estudante lembra que tudo isso só faz aumentar o número de gravidez na adolescência, e até mesmo de abortos. “Mas sabemos que a maneira mais eficaz de evitar uma gravidez indesejada é o celibato”, complementa.
Bruna conta que não tem certeza ainda se vai casar virgem, mas que sua mãe sempre passa essa experiência para ela. “De qualquer maneira, o sexo será uma decisão madura na minha vida, e mesmo se for antes do casamento, será com meu futuro marido”.
Por tudo isso, ela não acha que os conceitos católicos sejam antiquados, mas sim que hoje há uma banalização de tudo. “A televisão mostra tudo muito fácil. Ter um filho, por exemplo, é uma grande responsabilidade, e muitos acabam sendo criados pelas avós, pois as mães, muito jovens, não têm maturidade para assumi-los”.