Informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo. Em seu despacho, o juiz Théo Assuar Gragnano, negou a solicitação do advogado de Elize, Luciano Santoro.
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A Justiça de Cotia, na Grande São Paulo, negou o pedido da defesa de Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 30 anos, para que ela respondesse em liberdade pela morte do marido, Marcos Kitano Matsunaga, de 41 anos.
A informação foi confirmada nesta terça-feira, dia 12, pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo – TJ-SP. Em seu despacho, o juiz Théo Assuar Gragnano, o mesmo que decretou a prisão temporária de Elize em 4 de junho, negou a solicitação do advogado de Elize, Luciano Santoro.
A defesa queria a revogação da prisão por entender que ela é ilegítima, já que a Polícia Civil informou que o caso está encerrado, restando apenas os resultados dos laudos periciais. Elize foi presa no dia 5 de junho. O prazo da prisão temporária é de 15 dias. Para a Polícia Civil, após ouvir o depoimento de nove pessoas, a investigação concluiu que o crime foi passional e não premeditado.
Em seu interrogatório no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa – DHPP, a viúva disse que discutiu com Marcos ao descobrir a traição e que só atirou com uma pistola após ter sido ofendida e agredida por ele. Ela levou cerca de quatro horas para desmembrar o corpo e colocar em três malas. A faca e as malas ainda não foram encontradas. A arma passa por perícia.
O delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP, adiantou que deve relatar o inquérito ainda nesta semana à Justiça com um pedido de conversão da prisão temporária de Elize para preventiva, o que significa que ela pode ficar detida até um eventual julgamento.
Entre os resultados dos exames que são aguardados, estão os feitos pelo Instituto de Criminalística – IC, sobre qual foi a arma do crime, e do Instituto Médico-Legal – IML, que realiza exame de DNA para identificar o sangue achado no apartamento do casal. Outros laudos que restam são o necroscópico e a de local de crime.
A filha do casal, uma menina de um ano de idade, está sob cuidados de uma tia materna no prédio onde ocorreu o crime. O advogado Luciano Santoro havia questionado a possibilidade de que a sua cliente tenha a permanência prolongada na cadeia por causa da conversão da prisão.
Para Luciano Santoro, Elize poderia ter fugido antes e agora não o faria se for colocada em liberdade. “Ela colaborou, participou das diligências, indicou os locais por onde passou, colaborou na produção da prova.”, disse o advogado.
Casal teve discussão antes do crime acontecer
Elize Matsunaga, que já disse em interrogatório ter sido traída pelo marido havia dois anos, quando soube que ele se envolveu com uma funcionária da Yoki, passou a desconfiar de Marcos quando ele saía de casa. Ela contratou um detetive, que passou a seguir o empresário e o filmou e o fotografou na companhia de uma outra mulher.
No dia da gravação, Elize estava viajando para o Paraná. As imagens chegaram ao conhecimento dela no dia 19 de maio. No mesmo dia, ela questionou o marido sobre a descoberta da traição. A mulher disse, em depoimento à polícia, que o marido ficou irritado com a audácia dela de colocar um detetive atrás dele com o dinheiro dele e a ofendeu.
Segundo Elize, ele ficou nervoso, se levantou e deu um tapa no rosto dela. A jovem contou que o marido ameaçou “sumir com a filha” e interná-la “para que ela não levasse a filha para longe dele”.
Foi nesse momento que a viúva afirma ter apontado para a cabeça do marido uma pistola 380, que o próprio Marcos Matsunaga havia dado de presente à mulher e que estava em uma cômoda da sala. Ela relatou que o executivo começou a rir e a chamá-la de fraca e burra e que voltou a ameaçá-la.
Dez horas depois do crime, ela cortou o corpo de Marcos em pedaços. Por volta das 11horas do dia seguinte, Elize apareceu em imagens gravadas no elevador de serviço, com três malas, deixando o prédio na Vila Leopoldina, na Zona Oeste de São Paulo.
Ela disse à polícia que iria para o Paraná, mas resolveu voltar. Os pedaços do corpo de Marcos foram jogados em cinco lugares diferentes na região de Cotia. As malas foram jogadas em uma caçamba e a faca, na lixeira de um shopping.
Informações de G1
FOTO: Carlos Pessuto/FuturaPress