O candidato à Prefeitura de Campo Bom, Faisal Karam (Republicanos), está sendo investigado por suposto uso indevido de inteligência artificial (IA) para criar um “deepfake” que prejudicaria seu adversário, Giovani Feltes (MDB), na disputa das Eleições 2024.
A Justiça Eleitoral recebeu a denúncia feita pela campanha de Feltes na terça-feira (17), anexando vídeos que mostrariam Faisal discutindo a produção de uma montagem que simularia Feltes recebendo propina.
Deepfake é uma tecnologia que usa inteligência artificial para criar vídeos, áudios e imagens falsas. A prática é proibida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pode resultar na cassação da candidatura.
Em um dos supostos vídeos apresentados, Faisal aparece em conversas com um designer gráfico que teria sido contratado para manipular imagens do candidato emedebista. Em áudios e vídeos que teriam sido gravados pelo designer, Faisal pergunta sobre a viabilidade de criar um vídeo com Feltes recebendo dinheiro, em referência a supostos fatos ocorridos há 20 anos. A primeira reunião entre Faisal e o designer teria ocorrido em 24 de agosto, e a segunda em 2 de setembro.
Após perceber as implicações da fraude, o designer decidiu procurar a equipe de Feltes para denunciar o suposto esquema, levando o caso ao Ministério Público Eleitoral (MPE), que abriu uma investigação sob sigilo. Uma perícia já teria sido realizada, confirmando a autenticidade dos vídeos.
O coordenador jurídico da campanha de Faisal, Vanir de Mattos, afirmou que ainda não teve acesso ao conteúdo da ação, mas que irá apresentar contraprovas. O MPE também está apurando o caso, que permanece em sigilo para evitar prejuízos à investigação, segundo o portal GaúchaZH.
Veja o que diz Faisal Karam
Em vídeo encaminhado à reportagem, Faisal Karam afirmou que os eventos atuais eram previstos. “Confesso que tudo isso que está acontecendo era previsto, a gente já havia alertado sobre isso. A forma de fazer campanha, a forma de atacar e a forma de criar situações para decidir uma eleição, isso é de um especialista, pessoal. Afinal, quem conhece a história política de Campo Bom lembra de 1988, quando a eleição foi decidida no aplicar álcool nas mãos.”
Assista ao vídeo