Um risco existente. Um alerta. Uma preocupação.
São essas palavras que, semanalmente, chegam a reportagem em foco da invasão que ocorre na Avenida dos Municípios, em Novo Hamburgo. De perto, os repórteres DuduNews e Aurélio Decker entraram dentro da mata, e viram a preocupação que ronda boa parte da comunidade.
Nesta quinta-feira (15), a reportagem conseguiu contar um número quase exato de casas nesta invasão, pelo menos as que se enxergam: são cerca de 45 casas, todas elas de madeira, e, boa parte, em situação insalubre.
Ambas ficam para o lado de Novo Hamburgo, divididas em áreas privadas e públicas, mas que tem o mesmo significado: ambas ficam em cima de uma Área de Proteção Ambiental, que é um banhado.
Dentro da invasão, flagramos, em um primeiro momento, muito lixo. Atirado entre a entrada das casas, um morador disse que, todos os dias, carroceiros passam pelo local e descartam, na área, seus resíduos. “Ontem limpei toda essa extensão (de mato), que estava cheia de lixo. É uma vergonha”, disse um homem que mora no local, apontando para a frente da sua casa. Ele afirmou que existem poços artesianos sendo furados no local. E até mesmo a presença de postes de energia, com fios de alta tensão.
RELATOS
A reportagem também conversou com 3 famílias, residentes na invasão. O primeiro, um senhor de 50 anos, disse que mora no local há 20 dias. Ele é natural do bairro Canudos. “Paguei de 3 a 4 mil reais. Moro há 20 dias aqui”, responde, questionado há quanto tempo ali reside. Ele afirma que é inscrito em um programa habitacional da prefeitura, e não possui condições de comprar uma casa. “É o que dá”, relata ele, evidenciando as dificuldades.
Outra situação que chamou a atenção foi de um casal de jovens, ambos de 20 anos de idade. Eles moram naquele local, a beira da avenida que liga a capital do calçado a Campo Bom há cerca de 1 ano. “Não dá para ligar TV e uma máquina junto, que a luz cai”, relatou o homem ao repórteres, quando perguntado da estrutura do local.
Em duas casas simples, de madeira, as famílias, que são vizinhas vivem. Para chegar até em casa, precisam descer um “buraco”, que divide o acostamento da rodovia até o início da área.
Boa parte das áreas invadidas são divididas entre públicas e privadas. Em 2021, a prefeitura realizou uma grande ação, e retirou moradores daquela área. Um morador, inclusive, mencionou a ação do município a reportagem, relatando que muitas casas foram retiradas dali naquele período. Segundo a reportagem apurou junto a fontes do município, muitas das áreas invadidas ainda são de propriedade privada.
O que mais assusta, a olhos, é o perigo que isso pode representar a essas pessoas. Por ser uma área de banhado de cerca de 900 hectares, inundações podem vir a acontecer em dias de fortes chuvas, trazendo diversos prejuízos.
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