Igor Morais abriu o Ciclo de Palestras na ACI e falou sobre o Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal
Nesta quinta-feira, o economista Igor Morais palestrou na Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI), de Novo Hamburgo, quando fez uma análise da conjuntura econômica do Brasil e da participação gaúcha neste processo.
Entre outros pontos, ele avaliou o Orçamento da União, o que estava previsto para 2006, e ainda falou sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal esta semana.
Na avaliação do economista, o pacote lançado inclui obras e medidas já previstas no ano passado, principalmente nas questões de rodovias, portos e aeroportos. Como o PAC é uma previsão de medidas a serem tomadas nos próximos quatros anos, o Estado não recebeu fatias favoráveis em áreas consideradas importantes, como é o caso do Trensurb e sua extensão até Novo Hamburgo.
“Há uma previsão de quatro milhões em modernização, mas nada consta em relação à extensão de linha”, disse. O mesmo ocorre em função do aeroporto Salgado Filho. “Está indicado o aeroporto, mas não cita nada de datas, nem de valores, ao contrário de Santa Catarina e Paraná”.
Igor Morais observa que os investimentos previstos para a região Sul destinam-se principalmente ao corredor Mercosul, incluindo a adequação do trecho Palhoça/Torres e Torres/Osório, na BR 101. “O valor alocado foi de 300 milhões, mas isso é um primeiro passo, agora é preciso empenhar, se dispor a fazer, liquidar e pagar”.
Na área de Ciência e Tecnologia, o Rio Grande do Sul entra com o término da construção da Ceitec, em Porto Alegre. Em educação, a previsão destina-se a Universidade Federal do Pampa e em saúde o maior percentual refere-se ao atendimento à população e à possível construção do Hospital Sarah Kubitschek, em Santa Maria. Os molhes da barra de Rio Grande também são evidenciados no que tange ao estado gaúcho, no quesito transporte.
Em relação ao gás natural, o economista afirmou que também não há nada que remeta à questão. Ele explicou que existe uma certa dificuldade no assunto porque o gás vindo da Bolívia chega ao Estado com uma bitola muito menor, dando menor vazão.
A outra maneira que o Rio Grande do Sul poderia ser benficiado seria através do gás vindo da Argentina, via Uruguaiana, mas que também não há muita credibilidade no fornecedor, porque depois da crise enfrentada pelo país, a determinação é que tudo que seja produzido na Argentina, seja consumido pela população, se assim for necessário.
Entre as intenções do Governo Federal, que incluem limitar gastos com pessoal e reajuste de salário baseado na inflação + PIB, a posição do economista é de que “esse programa pode colocar em cheque as conquistas do Plano Real”.
O Ciclo de Palestras “Economia & Negócios”, com Igor Morais, acontece no próximo dia 28 de fevereiro. Segundo o vice-presidente de Economia e Estatística da ACI, João Bruxel, a intenção é fazer com que o poder público e o setor privado possam ter um maior aprofundamento de questões importantes tanto para a economia local, como regional e do país.