Síntese de Indicadores Sociais aponta, entre outros temas, que País terá 260 milhões de habitantes em 2050
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira uma radiografia social brasileira. Trata-se da Síntese de Indicadores Sociais, realizada a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006.
Entre outros índices, o estudo revela a perspectiva de crescimento em quase 40% da população nos próximos 43 anos, formada cada vez mais por mulheres. Aponta também que os divórcios crescem na mesma medida que os casamentos e que mais crianças estão comparecendo aos bancos escolares.
A seguir, confira um resumo do que revelou a pequisa:
260 milhões de brasileiros
Segundo o IBGE, a população brasileira deve crescer, em pouco mais de 40 anos, 39%, atingindo aproximadamente 260 milhões de pessoas em 2050. Atualmente, o Brasil tem em torno de 180 milhões de habitantes.
População de mulheres
A diferença entre o número de homens e mulheres está em queda, em razão da maior freqüência das mortes masculinas. Em 2006, para cada 100 mulheres havia 95 homens na média nacional.
As regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre apresentaram os níveis mais equilibrados (92 homens para cada 100 mulheres). Já as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Salvador e Recife apresentaram entre 86 e 88,5 homens para cada 100 mulheres.
Brasil menos jovem
A proporção de crianças e adolescentes com até 14 anos de idade vem caindo a cada ano no país. Em 2006, o percentual em relação ao total da população era de 26%, que corresponde a 48,6 milhões de pessoas nessa faixa etária, bem abaixo da taxa de 1996, que era de 31,2%.
Natalidade controlada
Em 2006, a média nacional foi de dois filhos por mulher. Essa tendência também é observada especialmente em países europeus, que já atingiram valores inferiores ao chamado nível de reposição natural, que é de dois filhos.
Entre os países da América Latina e Caribe, cujas realidades foram observadas pelo IBGE com o objetivo de traçar um paralelo em relação ao Brasil, Cuba apresenta 1,6 filho por mulher, contrastando com a Bolívia, por exemplo, cuja taxa é de 3,7 filhos por mulher. A Argentina apresenta patamares semelhantes aos do Brasil.
Mais jovens mamães
O número de mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos) que tiveram filhos se manteve praticamente estável (63%) nos últimos dez anos, mas houve aumento na proporção de adolescentes grávidas que concluíram a gestação. Entre os anos de 1996 e 2006, a média entre as meninas de 15 a 17 anos subiu de 6,9% para 7,6%.
O maior aumento desses casos foi verificado na Região Nordeste (1,2 ponto percentual), enquanto o Sudeste se manteve com os menores resultados. Nessa região, a proporção de adolescentes grávidas é 5,6%, metade do maior percentual, na Região Norte (11,2%).
Divórcios em alta
O estudo revela que crescem o número de casamentos e o de divórcios. O total de casamentos realizados no país vem crescendo. Entre 2004 e 2005, por exemplo, o crescimento foi de 3,6%.
O levantamento traz considerações sobre os divórcios, que em 2005 cresceram 7,4% em relação ao ano anterior. A maior parte dos casos em que essas dissoluções ocorreram de forma não-consensual foi motivada por condutas de violação do casamento, como a prática da violência doméstica, e requeridas por mulheres (45%).
Mais crianças na escola
O índice de acesso à escola para as crianças com idade entre zero a três anos dobrou no período entre 1996 e 2006, passando de 7,4% para 15,5%. Movimento semelhante foi observado na faixa seguinte, entre aqueles que têm entre 4 e 6 anos, cuja elevação foi de 40%. O acesso à escola para os alunos de 7 a 14 anos é praticamente universal, sem distinção por gênero ou cor.
Ensino médio esvaziado
Na faixa que corresponde aos adolescentes de 15 a 17 anos, apesar da taxa de acesso ter crescido de 69,5% para 82,2% neste mesmo período, menos da metade desse grupo freqüentava o ensino médio (nível adequada a essa faixa etária). A situação é ainda mais grave quando se observam os dados relativos aos estados do Norte e Nordeste. No Pará, o índice é de apenas 28,4% e em Alagoas, ainda mais baixo: 25,4%.
Fonte: Agência Brasil