A Brigada Militar (BM) prendeu em flagrante no início da tarde desta terça-feira (13) um homem que estava enterrando um cachorro vivo na cidade de Canoas, na Região Metropolitana. O animal foi resgatado e, devido às condições em que estava, encaminhado para atendimento veterinário urgente. O suspeito foi enquadrado na nova lei de maus-tratos a animais.
Policiais militares do 15º Batalhão foram acionados ainda no final da manhã para uma ocorrência em uma casa no bairro Guajuviras. Inicialmente, a informação era de que drogas estariam sendo enterradas no pátio da residência. Ao chegar no local, a guarnição se deparou com um homem de 27 anos já fechando um buraco no chão. Ele disse estar enterrando um cachorro que, segundo ele, havia morrido.
Desconfiados, os PMs abriram o buraco com a mesma pá que estava sendo usada pelo suspeito. Para surpresa deles, encontraram, de fato, um cachorro, mas o animal ainda estava vivo. O cãozinho, de porte pequeno e cor marrom, que não tem raça, foi resgatado e encaminhado urgentemente para o hospital veterinário da Ulbra.
NOVO LAR
Nesta quarta-feira (14), enquanto posava para fotos e filmagens, Hope reencontrou os autores da prisão em flagrante: sargento Rodibeldo Ohlweiler e soldado Lucas Camara Goldani — este último, decidido a cuidar da mascote permanentemente.
“Ela estava debilitada, com baixa consciência, quase que em estado de coma. Com fome e subnutrida, sinal de que deve ter ficado alguns dias sem comer. O termômetro nem marcou na primeira medição, de tão baixa que estava a temperatura”, relatou a médica-veterinária residente Anna Carolina Marques.
“Eu abri o buraco e vi a cachorrinha ainda se mexendo. Não tem como não se comover ao lembrar da cena. Liguei pra minha esposa e ela concordou em adotar. Foi o que aprendi com a minha mãe, resgatar os animais da rua”, complementa o soldado.
O autor dos maus-tratos, um homem de 27 anos que não teve o nome divulgado, aguarda, nesta quarta-feira, audiência que pode converter a prisão em flagrante em preventiva ou colocá-lo em liberdade. O acusado que abriu a cova e sepultou a animal diz que ela parecia estar morta.