O Vale – Quais são os principais desafios neste início de governo?
Heliomar Franco – Nossos maiores desafios são aqueles que a cidade conhece. A reconstrução após as enchentes e a volta da entrega de serviços para a população. Já buscamos, ainda durante a transição, recursos do Estado e do governo federal para a reconstrução e a prevenção. Precisamos qualificar a saúde, organizar as finanças, garantir a retomada do ano letivo com totalidade nas escolas, mas, principalmente, retomar a autoestima de quem vive em São Leopoldo. O resultado das urnas é reflexo de um novo tempo, de esperança, da certeza de que a 7ª economia do Estado precisa ter serviços da mesma ordem. Não podemos ser os sétimos em arrecadação e não entregar isso, não ter esse reflexo na saúde, na segurança, na educação. Para isso, vamos trabalhar, sem falsas promessas, mas com compromissos reais de mudar a vida das pessoas.
Quantas secretarias irão compor o governo? Tem alguma mudança estrutural?
Haverá mudanças estruturais, sem dúvidas. Algumas prioridades do governo anterior não vinham tendo resultado e nós vamos mudar isso. Vamos focar nos pontos mais sensíveis. Já nos próximos dias, uma secretaria será anunciada para tratar da questão climática. Outras serão incorporadas, para que se tenha uma redução de gastos extras. A cidade tem uma visão de que a Prefeitura era um cabide de emprego. O que estiver sobrando, será cortado em cargos, contratos, horas extras. Portanto, alguma secretaria que possa funcionar dentro de outra estrutura já existente, sem prejuízo no resultado final, terá essa nova formatação. O que a população quer saber é sobre os resultados e nós vamos perseguir incansavelmente essa meta. Vamos fazer entregas.
O senhor trabalhou durante a campanha com um discurso que as pastas teriam critérios técnicos e não políticos. É possível manter isso?
Exato. E esse tem sido o critério para os secretários já confirmados em nossa gestão. Para as finanças, um especialista na área, com atuação no Estado. Para o meio ambiente, alguém que já coordenou o Ibama no RS, órgão do governo federal. Na pasta da saúde, teremos um enfermeiro, que também já ocupou cargo público enquanto gestor. A pasta social terá à frente alguém que atua nesta área há muitos anos. Na educação temos um servidor público que é secretário de escola e uma professora como adjunta. Esses são alguns exemplos da nossa gestão. Portanto, não estamos inventando a roda, apenas colocando pessoas com afinidade em experiência e formação nas suas áreas. A cidade tinha a expectativa de que vamos cumprir aquilo que foi apresentado na campanha e desta forma que estamos trabalhando.
O PDT esteve ao lado da chapa da situação, com o candidato a vice e agora se aproxima do seu governo. Qual a participação do PDT no governo?
O PDT é um partido com um histórico importante no Legislativo de São Leopoldo, e isto é um dado que será respeitado. Estamos dialogando com os vereadores que estão dispostos a pensar a cidade. O governo deve ser para as pessoas, a gestão precisa ter esse olhar. Eu não vou deixar a sigla acima das nossas metas. Se tivermos bons nomes, com qualificação para estar em nossa administração e fazer entregas, não vejo motivo para que esses quadros não participem de nossa gestão. Até o momento, a sociedade tem visto que estamos cumprindo tudo aquilo que foi prometido em nossa candidatura. São quadros técnicos ocupando espaços técnicos. Fui delegado de Polícia, mas fiz gestão em muitos espaços que tive a honra de servir à sociedade gaúcha. Meu conceito seguirá sendo o mesmo. Se não houver entregas, vamos mudar.
O que a população de São Leopoldo pode esperar do seu governo?
Chegamos a falar sobre isso na campanha. Projetos que estão dando certo, serão mantidos, sem qualquer juízo de ordem partidária ou particular. Em áreas onde há algum resultado positivo, seguiremos trabalhando no mesmo sentido. Fizemos a maior transição de um governo do Estado, com grupos organizados por áreas, de forma que, foi possível ter um diagnóstico completo das políticas públicas em nossa cidade. Agora, aquelas áreas onde não se vê avanços, como na saúde, é preciso uma mudança absoluta na forma da entrega de serviços. Mas, nossa escolha sempre será pelas pessoas, elas são o nosso maior motivador para fazer uma São Leopoldo melhor. Teremos um governo mais humano, moderno, transformador e inclusivo.
Já apareceram as primeiras denúncias em relação ao governo anterior. Como vai se portar o novo governo diante disso?
Respeito pelo dinheiro público. Esse deveria ser o primeiro e maior motivador da Administração Pública. A cidade não pode estar nas páginas de jornais apenas na coluna policial. A Polícia Federal vai deixar de visitar a prefeitura, isto eu garanto. Faremos uma auditoria em todas as áreas. Imediatamente após a eleição, busquei uma aproximação com o Tribunal de Contas para buscar orientação sobre o governo anterior e também sobre nossa gestão. Se houver indício de crimes cometidos, vamos tomar as medidas cabíveis. O povo de São Leopoldo não suporta mais o descaso da parte dos governantes, por isso nos elegeu. Nós vamos entregar o que prometemos.
O seu gabinete estará aberto a população? Tem algum projeto de atendimento fora do seu gabinete?
Eu sou o mesmo que me apresentei à sociedade em 2016 e 2020. A nossa eleição não é uma coincidência ou um acaso. O povo pediu mudança. As pessoas da cidade me conhecem. Continuarei frequentando os mesmos lugares. Quem circula por São Leopoldo me encontra, almoçando, no supermercado, no chaveiro, com minha família. Tem sido assim e não tenho qualquer ideia de que isso deva mudar. Todas as entidades que me procuraram na campanha, foram atendidas. Assinei muitas cartas de compromisso com o nosso povo, organizado na sociedade civil e também naquilo que está em nosso plano de governo. Esse contexto é o maior símbolo de como será nossa gestão. As pessoas precisam se acostumar a ver o prefeito como alguém da cidade, como um cidadão. O prefeito precisa morar na cidade que comanda. Eu sigo morando no mesmo endereço e terei o gabinete a disposição de quem vive aqui. E, com certeza, haverá surpresas quanto a ver o prefeito fora do gabinete. Eu quero acompanhar de perto os serviços prestados pela nossa população.