A audiência pública conjunta das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado Issur Koch e realizada nesta quarta-feira (25), na Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo, reforçou a mobilização da comunidade pela manutenção dos serviços de oncologia na cidade.
Com a participação de lideranças municipais, estaduais e nacionais, o encontro serviu para apresentar as diferentes visões sobre o tema. As dificuldades impostas pela mudança de referência no atendimento, que passou a ser realizado no Hospital Bom Jesus, em Taquara, desde que o Hospital Regina solicitou o descredenciamento, foram relatadas pela Liga Feminina de Combate ao Câncer e pacientes que precisam ir até o Vale do Paranhana para continuar o tratamento. Além de Novo Hamburgo, moradores de Campo Bom, Ivoti, Estância Velha e Dois Irmãos também estão sendo atendidos em Taquara.
Diante dos relatos de problemas para marcação de consultas de casos graves, os presentes
sugeriram ao secretário Municipal da Saúde, Marcelo Reidel, que a pasta crie uma Central de Oncologia para atender e esclarecer exclusivamente as dúvidas destes pacientes e seus familiares. “Isso facilitaria a vida destas pessoas, que estão apreensivas quanto ao futuro e a continuidade do tratamento”, disse o deputado Issur Koch. Para ele, a audiência reforça que o Parlamento Gaúcho está integrado na busca por uma solução. “Saímos satisfeitos pelas informações trazidas, mas não com o resultado. Nossa meta principal é a retomada dos serviços para Novo Hamburgo e região”, apontou.
Para Marcelo Reidel, a audiência pública ajuda a esclarecer para a comunidade os problemas e as possíveis soluções. “A gente sai deste encontro com um grande número de pessoas entendendo este processo como um todo, colocando algumas metas e sabendo que o nosso futuro está em aberto e temos a possibilidade de retomar a oncologia em Novo Hamburgo de forma segura e definitiva”, reconheceu.
SECRETARIA ESTADUAL
A diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada da Secretaria de Saúde, Lisiane Fagundes, destacou que a decisão de interromper o tratamento em Novo Hamburgo partiu do Hospital Regina. Segundo ela, a verba para custeio dos serviços de oncologia é proveniente do Ministério da Saúde e é regulada por uma tabela de preços do SUS. “Lamentamos a decisão da instituição, mas o compromisso do Estado é garantir o acesso da população que necessita do serviço em tempo oportuno.
O assessor jurídico do Regina, Fábio Kinsel, explicou que o hospital não requisitou mais recursos, mas o pagamento dos atendimentos adicionais que eram realizados. “A decisão de interromper o serviço foi por conta do desequilíbrio nas contas da instituição, o que gerou uma remanda reprimida. Nunca pedimos mais do que o pagamento da tabela SUS: o fato é que estávamos atendendo 40% a mais do que estava em contrato. O que buscamos é que o Ministério da Saúde pagasse por todos os serviços realizados, o que não estava acontecendo”.
A ata da reunião será encaminhada à Secretaria Estadual da Saúde, Ministério da Saúde e Comissão Especial da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo. Issur, juntamente com o senador Luís Carlos Heinze e o deputado federal Lucas Redecker, irá agendar uma reunião em Brasília para dar continuidade às discussões para retomada dos serviços. A comunidade aguarda, ainda, pronunciamento do governador Ranolfo Vieira Júnior a respeito de um estudo técnico solicitado à secretária da Saúde do Estado, Arita Bergmann.