Uma linda história natalina. Com início, meio e fim.
Manuela Muniz tem uma linda história de vida. Durante 12 anos, ela teve um relacionamento anos que terminou no natal de 2020. Mas, como em toda época natalina, os amores renascem. Ela encontrou um outro amor… mas, que durou muito pouco: apenas dois domingos, no início de 2021. “Saí naquele domingo com amigos, revoltada, e acabei contraindo COVID nesse passeio”, conta Manuela.
Seu caso foi terrivelmente grave, sendo internada sem respirar. “Fui intubada com 85% do pulmão comprometido, meus rins pararam de funcionar e os médicos do Hospital Municipal acharam que eu não suportaria. Mas eu lutei. Lutei pelos meus pais idosos que tiveram tanta dificuldade para me adotar recém nascida. Sobrevivi, porém perdi os movimentos do corpo todo e minha glicose ficou maluca”, conta Manu.
Mal sabia ela que insulina era tratamento para Síndrome dos ovários policísticos, doença que Manu tinha desde os 17 anos, a obrigando constantemente a retirar ovários, trompas com cistos de até 1kg. “Era considerada infértil pelo médico da última cirurgia em 2020. Junto comigo no quarto ficou uma grávida que teve COVID, durante a gravidez e desmaiou na rua, foi socorrida, retiraram a bebê e sem ela ver a menina”, conta, relembrando o período. “Constantemente eu ouvia “Tu é a mãe?” E respondia “Não posso ter filhos”. Fui para casa sem me mexer”, lembra.
Quando começava a dar os primeiros passos, ainda de fraldas, ela resolveu chamar o então namorado, que havia se apaixonado, e havia durado apenas 2 semanas. Ele respondeu. “Quando contei tudo ele quis vir me ver. Depois de nós vermos ele quis namorar comigo e se mudar para me ajudar nas fisioterapias. Nesse processo engravidamos, e para nossa surpresa de gêmeos!”, conta ela, emocionada. “Foi uma luta, uma gravidez de alto risco, pós COVID, minha família sem entender nada, a família dele só aceitando tudo como um milagre. Passamos muita dificuldade na gravidez, era cama e cadeira de rodas. Tivemos que interromper com 32 semanas, pois os 3 não estavam bem e poderíamos não suportar”, lembra, emocionada.
Na emergência do Hospital Municipal há 1 ano atrás, foi o médico da UTI Covid que lhe atendeu, e já lhe encaminhou para o bloco cirúrgico. “Depois de chacoalharem a maca com o braço dentro de mim para puxarem meus bebês, todos sobrevivemos. Meus filhos nasceram antes do natal, dia 22 e no dia 25 a noite fui reinternada. 20 dias de transfusão e antibióticos fortes, meu marido ficou nesse isolamento por bactéria comigo e os bebês ficaram 20 dias no hospital Regina.
E no início de 2022, alta do hospital. ‘Com bebês de colo, viemos morar de aluguel num condomínio do bairro Canudos. Com muita ajuda de doações sobrevivemos até aqui. Hoje os bebês fazem 1 ano e preciso contar essa história maluca e abençoada ao mesmo tempo”, conta ela. Após luta para achar uma creche para as crianças, eles ganharam impressoras para abrir uma gráfica, dentro de casa.
O fim desta história termina com uma frase dela: “Que nossa história sirva de exemplo para quem planeja demais e não acredita em si mesmo… Tudo é possível, até o impossível e ele acontece quando menos se espera!”