Cerca de 50 policiais civis do Rio Grande do Sul e de Goiás realizam, na manhã desta quinta-feira (23), uma operação em cinco cidades gaúchas contra uma quadrilha que aplica o golpe dos nudes. Um fazendeiro da cidade de Rio Verde, no Estado de Goiás, perdeu R$ 480 mil no início deste ano ao cair no golpe. Uma mulher foi presa na Vila Diehl, como a maior suspeita de ter aplicado o golpe. No momento da prisão, ela teria dito: “Não estou entendendo”.
São cumpridos, na Operação sem Fronteiras, oito mandados de prisão temporária e 12 de busca em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Taquara, Igrejinha e Nova Santa Rita. Quatro pessoas já foram presas.
Depois de repassar o dinheiro, ele percebeu que tudo não passava de uma farsa e procurou a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos de Rio Verde. O responsável pelo setor, após várias investigações, descobriu que o grupo criminoso é do Rio Grande do Sul e acionou o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudadores do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul, delegado André Anicet. Os golpistas também se passaram por advogado, além de simularem depressão, tratamento psiquiátrico e até suicídio da suposta jovem. Chegaram até mesmo a criar falsos acordos judiciais.
“Eles fabricaram carteiras da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), carteiras funcionais de delegados de polícia, postagens de luto nas redes sociais, entre outros”.
Delegado André Anicet, 23 de junho de 2022
Anicet, que já prendeu vários integrantes de quadrilha que aplicam o golpe dos nudes, inclusive em ações conjuntas com policiais de outros Estados, diz que o esquema é praticamente o mesmo: contatos pelas redes sociais por meio de perfis de jovens que dizem ser adolescentes, troca de imagens pelo WhatsApp e depois ameaças por um falso pai da suposta adolescente e por falsos policiais. Em vários casos, os próprios homens são quem acionam as supostas adolescentes ao verem fotos sensuais de jovens bonitas.
Depois disso, os criminosos trocam as primeiras mensagens. Muitas vezes são presidiários se passando pelas moças. Na sequência, começam as mensagens em áudio. Nesta fase do golpe mulheres integrantes das quadrilhas são utilizadas. Até mesmo na troca de imagens íntimas, há casos em que os homens pensam estar se comunicando com adolescentes, quando na verdade são detentos.
Imagem: Anselmo Cunha, RBS