Em nova modalidade, empresa ou o instituto de pesquisa em que o profissional trabalha, continuará pagando o salário e o governo arcará com a bolsa.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O Programa Ciência Sem Fronteiras, lançado no final de 2011 com o objetivo de oferecer mais de 100 mil bolsas em quatro anos para capacitação de brasileiros no exterior, vai ganhar uma nova modalidade.
O foco agora são profissionais de empresas e institutos de pesquisa que atuam em áreas consideradas prioritárias, como engenharia, biomédicas, computação e tecnologia, fármacos e biotecnologia.
A Bolsa de Desenvolvimento Tecnológico no Exterior, vinculada ao programa, foi anunciada nesta quarta-feira, dia 17, pelo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Glaucius Oliva.
O objetivo da nova modalidade, explicou Oliva, é mirar nas instituições que fazem ciência sob demanda, ou seja, para atender a uma determinada necessidade do País. “O sistema de inovação tem um tripé: a universidade, as empresas e os institutos de pesquisa e tecnológicos, que fazem ciência sob demanda.”
As atuais modalidades do programa priorizam pessoas com vínculos com universidades, seja na graduação ou na pós-graduação, mas excluem quem faz pesquisa e desenvolvimento fora da academia. “É para esse universo (empresas e institutos de tecnologia) que estamos desenhando esse novo modelo de bolsa”, afirmou Oliva.
Ainda não há data para o lançamento do primeiro edital da nova modalidade, mas a estimativa inicial é oferecer 7 mil bolsas.
Para realizar o intercâmbio, será exigido que a empresa ou o instituto mantenha o salário do profissional durante a temporada no exterior. O CsF, por sua vez, complementará com o valor da bolsa, que deve ser, no caso dos Estados Unidos, de US$ 1,3 mil e US$ 2,1 mil mensais, a depender do nível do profissional.
A nova bolsa vai abarcar duas categorias de profissional: júnior e sênior. No primeiro caso, será necessário ter curso superior e atuar em um das áreas consideradas prioritárias. Já para ter direito à bolsa sênior, o profissional terá de comprovar pelo menos cinco anos de experiência em pesquisa e inovação nessas mesmas áreas. A ideia é que esses profissionais passem uma temporada em empresas ou institutos no exterior para aperfeiçoamento e desenvolvimento de projetos direcionados.
Regras flexibilizadas
Com dificuldades para preencher as vagas do programa Ciência Sem Fronteiras, o governo brasileiro diminuiu no início de março a exigência de conhecimento de alemão, francês, inglês e italiano para seleção de bolsistas, permitindo que universitários com baixo nível ou até nenhum conhecimento nesses idiomas sejam selecionados.
Tudo para cumprir a meta de enviar 101 mil bolsistas para o exterior até 2015. Além disso, com o excesso de candidatos interessados em estudar em Portugal por conta da facilidade do idioma e da menor exigência acadêmica, o governo ofereceu transferência (sem teste de proficiência) a 9,7 mil estudantes para países como Estados Unidos, Grã-Bretanha, França ou Alemanha.
Informações de Estadão
FOTO: reprodução / Estadão