Pesquisadores da UFRGS e profissionais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre apresentaram aos moradores o gene p53, explicação dada graças do Efeito do Fundador.
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Está explicada a razão para o alto número de gêmeos em Cândido Godói: a variação de um gene.
Pesquisadores de genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e profissionais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre mostraram aos moradores do município na manhã desta sexta-feira, dia 25, que uma variação do gene p53, um dos responsáveis pela fecundidade, aumenta a sobrevivência de óvulos de gêmeos no útero das mulheres que vivem na região.
Este gene pode se apresentar em duas formas: G ou C. A pesquisa mostrou que as mães de gêmeos têm percentualmente o dobro da forma C ante a forma G. A probabilidade que esta diferença tenha ocorrido por acaso é menor de 0,1%.
A explicação não é experimental, ou ambiental, e sim, o chamado Efeito do Fundador. Segundo a pesquisadora Lavínia Faccini, as poucas famílias que se instalaram na região desde o início do século passado já carregavam o gene diferenciado e acabaram concentrando a característica na região.
Liderados pelas professoras Ursula Matte, Patrícia Prola e Lavínia Schüller Faccini, os pesquisadores estudaram 42 mães de gêmeos, e 101 mães sem filhos gêmeos no município de cerca de sete mil habitantes.
O que o estudo praticamente descartou foi a participação do médico nazista Josef Mengele no processo, que segundo uma teoria, teria feito experiências na cidade. Segundo a pesquisadora, as famílias já traziam o gene no início do século, antes da suposta passagem do alemão por Cândido Godói.
Os pesquisadores, porém, ainda buscam resposta para uma outra curiosidade: a maioria das mães do município que tiveram gêmeos beberam água de poço. Ainda não se sabe se há alguma ligação entre a água e a fecundidade da população. O que se sabe ao certo é que a resposta mais aceita agora é a genética.

Informações de ZeroHora.com
FOTOS: reprodução / Ricardo Duarte e Olavo Ciotti