Postos disputam clientes e derrubam valor do litro em até 30 centavos. Mas promoção deve acabar logo
Os postos de combustíveis de Novo Hamburgo retomaram uma nova guerra de preços baixos para atrair a atenção dos clientes. Donos de postos ligados a alguma marca alegam que os de “bandeiras branca” teriam dado o pontapé inicial e baixado o preço do litro de gasolina até ao valor de R$ 2,14, possivelmente motivados pela queda do dólar.
“Como o movimento caiu, tivemos que reduzir o preço para R$ 2,19 e não parar as atividades dos 17 colaboradores, embora tivéssemos ficado sem margem, pois estamos comprando a gasolina a R$ 2,10”, argumenta o gerente do Posto Adams Center (antigo Corvetta), Érico Silveira.
Silveira argumenta que o empreendimento tem conseguido algum giro graças ao movimento da loja de conveniência e do setor de troca de óleo. “Não sei por mais quantos dias os proprietários poderão suportar tal situação”, desabafa.
Já para o coordenador da equipe de trabalho diurno do posto de combustíveis Buda, também de bandeira Ipiranga, no centro de Novo Hamburgo, Cleomar de Lima, a variação para baixo nos preços dos combustíveis tem sido muito forte. Para se ter uma idéia, ele conta que, num mesmo dia da semana passada, o preço dos combustíveis teria mudado três vezes, tornando difícil até manter o valor das bombas atualizado.
Lima informou ainda que não é possível prever por quantos dias ainda será possível manter o preço baixo, porém acredita que tal situação não deverá perdurar, pois a empresa estaria trabalhando no limite da rentabilidade.
Há postos em Novo Hamburgo oferecendo gasolina ao preço de R$ 2,14 o litro. O movimento nos postos, com tais ofertas, tem sido intenso e a maioria dos cidadãos não estão tomando precauções para observar nas tarjas das bombas as origens dos combustíveis.
Os órgãos de defesa do consumidor de Novo Hamburgo costumam realizar campanhas de conscientização da comunidade, para que especialmente nesses momentos tomem cuidados com o tipo de combustível que estão comprando e até peçam para os frentistas realizarem o teste de qualidade do produto em oferta.
Os donos de postos de combustíveis de bandeira estão argumentando que os concorrentes “de bandeiras brancas” estariam conseguindo praticar tal preço pelo fato de não revelarem a procedência de seus combustíveis e, dessa forma, causando uma concorrência desleal. Os donos dos postos “sem bandeira” se defendem dizendo que oferecem combustíveis testados e conseguem os melhores preços graças a uma administração enxuta.
Para o agente de exportações, Clóvis Jarochewski, 53, o preço mais acessível da gasolina teria sido o motivo que o levou a encher o tanque de seu automóvel. A expectativa dele é que o preço caia ainda mais nos próximos dias.
“Eles não argumentam sempre que o aumento do dólar é sempre o motivo da elevação, pois agora que a moeda americana caiu eles deveriam retirar de suas margens esse mesmo percentual, e eles ainda não fizeram isso por completo”, entende.