Preço do gás natural veicular deverá subir até 25% nos próximos anos, diz diretora da Petrobras
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, reafirmou nesta terça-feira que o preço do gás natural irá subir a partir do ano que vem. “Certamente nós teremos um aumento do preço do gás em 2008. Isso é necessário”, disse.
Em Novo Hamburgo, ainda não se sente o impacto da escassez do Gás Natural Veicular (GNV), uma realidade que começa a se formar no centro do País. Há cerca de dois meses, a cidade conta com esta opção de combustível. Conforme declarou ao novohamburgo.org o sócio-gerente do Posto Imigrante, Fábio Coeche, não há cortes na reposição diária do reservatório, que tem capacidade para 5,5 mil metros cúbicos.
No entanto, as previsões para o futuro podem não ser tão otimistas. No início do mês, Maria das Graças já havia antecipado que o preço do produto vendido no Brasil deverá aumentar de forma gradual nos próximos dois anos. Hoje, ela confirmou que a expectativa do setor é de um reajuste entre 15% e 25%, dependendo da negociação com as distribuidoras, da região e do volume contratado.
“Consideramos isso razoável, porque quem vende gás vive de existência e da continuidade de compradores. Não adianta sonhar com preços com os quais não se vende”, disse. Segundo a diretora da Petrobras, o aumento não ocorrerá de forma súbita. “Além das correções do preço, nós precisamos de um aumento real, algo que vai ser dosado, suavizado, ao longo dos dois próximos anos [2008 e 2009]”.
Maria das Graças Foster defende que é preciso manter um percentual de rentabilidade adequado aos investimentos exigidos pela atividade, já que os custos de produção vêm aumentando. “É necessária uma revisão do preço do gás natural para que ele, adequadamente valorizado, possa continuar sendo cobiçado por todas as operadoras”.
No último dia 7, a Petrobras anunciou que voltaria a investir na produção de gás boliviano. A estatal brasileira tinha deixado de injetar recursos no país vizinho depois que o governo de Evo Morales assumiu, em 1º de maio deste ano, o controle da produção, transporte, distribuição e exportação de gás e petróleo.
A medida, ocorrida exatamente um ano após a Bolívia ter nacionalizado a exploração de gás em todo o seu território, obrigou a Petrobras a vender para os bolivianos as duas refinarias que mantinha no país.
Com informações da Agência Brasil