Prefeito esteve na Câmara nesta quinta para falar sobre o reajuste na tarifa do ônibus em Novo Hamburgo
O prefeito Jair Foscarini passou pela Câmara nesta quinta-feira sem dar pistas sobre o aumento nas passagens do ônibus. Ele se limitou a ressaltar ações desenvolvidas na área do transporte coletivo e a argumentar que o valor proposto, de R$ 2,11, não deve virar realidade por ser muito elevado.
Foscarini disse que há uma defasagem de pelo menos dois anos e meio no preço da passagem. “O que podemos adiantar é que, se nós tivéssemos a intenção de utilizar o valor da planilha, já teríamos usado, mas como consideramos que o reajuste que eleva as passagens para R$ 2,11 está fora de cogitação, ainda estamos definindo qual será o valor mais adequado”, afirmou.
O prefeito afirmou que uma nova planilha de custos iria acarretar uma elevação ainda maior do valor das passagens. “Para conseguir reduzir o preço das tarifas, seria necessária a redução dos insumos para as empresas, e isso somente se consegue com a redução dos impostos”, acredita.
Foscarini ressaltou sua presença como prefeito na Câmara para discutir o transporte coletivo, dizendo que anteriormente a comunidade tomava conhecimento do reajuste somente com a publicação do decreto. “Basta um convite para que o prefeito esteja no plenário da Câmara para debater os principais assuntos de Novo Hamburgo”, disse.
O prefeito argumentou também que vem ocorrendo uma queda no número de usuários do transporte coletivo em Novo Hamburgo. Em razão disto, as empresas, para diminuírem seus custos, há mais de dez anos estão vem reduzindo o número de trabalhadores.
Por fim, destacou a unificação das tarifas de Novo Hamburgo e Lomba Grande, graças a uma subvenção da Prefeitura e alertou que quem usa o transporte coletivo normalmente é uma pessoa que recebe menos de três salários mínimos. “Não existe passagem de graça. Alguém precisa pagar por ela”, observou.
Opiniões na Câmara:
Ralfe Cardoso (PSOL) questionou Jair sobre o planejamento que a administração pública possui a longo prazo na área de transporte coletivo. Ele também questionou a existência de um único fiscal para toda a frota de Novo Hamburgo. Por fim, se revelou decepcionado com a ausência de explicações de Jair. “O prefeito não trouxe nenhum dos comprovantes de cálculo omitidos nas planilhas que justificam o aumento”, afirmou.
Gilberto Koch (PT) afirmou que um reajuste de 17% não é justo. Lamentou possíveis perdas de postos de trabalhos com a utilização de micro-ônibus sem a figura do cobrador. Ele ainda solicitou que algumas linhas de bairros tivessem seus horários estendidos para atender as necessidades da comunidade.
Jesus Martins Maciel (PTB) pediu para que fosse avaliada a real necessidade de um aumento de 17%, considerando a dificuldade que a comunidade teria de assumir tal percentual em seu orçamento. Lembrou que o ajuste da inflação e do CUB no último ano ficou em torno de 4%.
Cleonir Bassani (PSDB) pediu que o prefeito convoque o Conselho Municipal de Transportes para discutir o assunto. Também ressaltou que apóia um debate sobre a questão do passe livre aos estudantes.
Volnei Campagnoni (PCdoB) discordou de Jair. “Nós temos que ser responsáveis e desenvolver uma planilha nova de cálculos, considerando que essa já está obsoleta”, argumentou. Também frisou que o transporte coletivo de Novo Hamburgo é de um único dono.
Vitor Gatelli (PT) pediu a sensibilização do prefeito para não publicar o decreto com o aumento da tarifa antes da audiência pública de 8 de agosto.
Ito Luciano (PMDB) afirmou que anda de ônibus freqüentemente para fiscalizar o sistema. Garantiu que os reajustes não se baseiam somente nas informações fornecidas pelas empresas. “Temos um Conselho Nacional de Transporte Público que fornece igualmente os índices”, disse.