Último resgatado, Luis Urzúa (na foto com o presidente Sebastian Piñera) revela como fez para manter a calma dos 33 trabalhadores durante 69 dias na mina San José.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Foram 69 longos dias e, enfim, eles estão salvos. Olhando assim, nem parece que foi tão difícil, não é verdade? Só quem passou pela odisséia, no entanto, pode dizer como foi. Os 33 mineiros soterrados na mina San José, na cidade de Copiapó, deserto do Atacama (Chile), viraram agora exemplo de perseverança.
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Último resgatado, o líder do grupo parecia ansioso para compartilhar o orgulho pela façanha logo que saiu da mina. Em conversa com o presidente chileno, Sebastian Piñera, transmitida por TVs de todo o mundo, Luis Urzúa (foto) revelou detalhes do período.
“Quando chegou a primeira sonda no refúgio, todos queriam abraçar o martelo (a ponta da sonda)”, lembra. “Eram 6 horas quando a primeira sonda chegou e tínhamos todo um protocolo para o primeiro dia que chegasse. Mas se esqueceu de tudo.” Somente depois de 17 dias do desmoronamento foi chegar à mina a primeira sonda que lhes permitiu anunciar que estavam vivos.
Urzúa conta também que na primeira sonda havia vários papéis. Um dizia “me mande comida, tenho fome”. O que chegou à superfície foi o bilhete escrito por José Ojeda, que se tornou conhecido: “Estamos bem no refúgio, os 33”.
APREENSÃO – O presidente Sebastian Piñera disse ao mineiro que o Chile viveu intensa preocupação porque “perfurávamos, mas não sabíamos onde estavam, se estavam vivos ou mortos” até que a primeira sonda chegou ao refúgio para, depois, ser alargada e transformada em túnel para o resgate.
O acidente
Depois do acidente, em 05 de agosto, os mineiros levaram cerca de três horas para constatar qual era a real situação. Havia muita poeira por conta do desmoronamento. Realizaram várias tentativas para sair. “Muitos fizeram coisas que não eram as melhores, mas por sorte soubemos manter a sanidade e, graças a Deus, não houve nenhum acidentado.”
A maior preocupação era com os companheiros que estavam deixando a mina no momento do acidente. “Rogamos porque tínhamos três ou quatro pessoas que estavam saindo. Sempre nos perguntamos se tinham saído ou não”, explica o líder do grupo ao jornal El Mercúrio.
“Víamos como as máquinas perfuravam. Nos primeiros cinco dias estávamos seguros de que estavam trabalhando na mina, mas víamos que era difícil”, confessa, lembrando ainda que tinham muito pouca comida e confirmando que os 33 só comiam a cada 48 horas para economizar.
Com informações de jornal O Globo
FOTO: Reuters