Paulo Feijó levou à Assembléia Legislativa três suspeitas sobre contratos firmados pela atual gestão do Banrisul
O vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (DEM), foi ouvido nesta quinta-feira em audiência pública na Assembléia Legislativa. Alegando não conseguir um encontro oficial com a governadora Yeda Crusius (PSDB), Feijó apresentou aos deputados estaduais três suspeitas sobre contratos firmados pela atual gestão do Banrisul.
As denúncias atingem diretamente o atual presidente do banco, Fernando Lemos, e teriam sido encaminhadas ao Ministério Publico Especial e ao Tribunal de Contas do Estado. O vice-governador alegou que o foco não é a instituição Banrisul e sim a gestão atual de Fernando Lemos. Afirmou que, desde 2004, quando era presidente da Federasul, vem recebendo denúncias de pessoas ligadas ao banco, o que teria aumentado durante a eleição.
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O que o vice-governador denunciou:
• Feijó destacou que o Banrisul teria contratado uma empresa de consultoria sem o uso de licitação, em negócio de quase R$ 40 milhões.
• Também afirmou que o banco teria concedido um empréstimo de aproximadamente R$ 100 milhões ao Banco Matone, valor que seria o dobro do patrimônio líquido do Matone. “Uma atitude que gera suspeitas”, afirmou.
• O vice-governador disse que outros 10 empréstimos seqüenciais teriam sido feitos a uma empresa de médio porte de Vacaria, sem que os primeiros fossem ressarcidos.
“Eu demitiria o presidente”
Em um dos momentos mais polêmicos da audiência, Paulo Feijó garantiu que, caso assuma o governo do Estado, mesmo interinamente no caso de viagem de Yeda, irá demitir a direção do Banrisul, seguindo a recomendação do Ministério Público Especial. “Eu estaria prevaricando se não tomasse a medida”, disse.
O vice-governador garantiu ainda ter um dossiê com todas as denúncias e alegou que está preocupado com a saúde financeira do banco. Também questionou a relação entre o Banrisul e os bancos Matone e Santos, que está em processo de liquidação.
Reações
Entre os deputados presentes na audiência, houve protestos quanto à conduta do vice-governador gaúcho.
“A Assembléia não pode ser irresponsável de aceitar denúncias vazias e documentos não assinados” afirmou o líder da bancada do PMDB, deputado Edson Brum. “Se dermos atenção aos documentos apócrifos que estão sendo entregues pelo vice-governador, que não assume as denúncias que está fazendo, isso pode abrir precedente muito sério neste Parlamento”, advertiu.
Já deputado Alceu Moreira disse que as acusações de fato não apareceram. “O senhor vice-governador está aqui atingindo uma instituição respeitável que não é representada apenas pelo seu presidente. Todos nós queremos o fortalecimento deste banco que, aliás, tem apresentado excelentes resultados”, disse.