Medida tem como objetivo acabar com a automedicação indiscriminada, que por vezes acaba apenas atacando bactérias benéficas que habitam o aparelho digestivo.
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Por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, as farmácias estão sendo obrigadas a reter uma cópia da receita médica na hora da venda de qualquer tipo de antibiótico.
Mas não adianta só comprar com receita. É preciso usar o medicamento corretamente: não cortar o comprimido, não pular o horário, nem misturá-lo com outras substâncias. Isso pode reduzir a eficácia ou ainda provocar outros sintomas.
O hábito de se automedicar é um dos responsáveis pelo surgimento de bactérias multirresistentes. “Tomar antibiótico por muito tempo, ou tomar errado, pode deixar a bactéria mais resistente ao antibiótico”, alerta a presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Raquel Rizzi.
“Em 90% dos casos, as pessoas que procuram comprar antibiótico em farmácia têm quadro viral. Esse quadro viral não vai ter nenhuma resposta ao antibiótico”, explica o infectologista Paulo Olzon.
Ele diz ainda ser comum pessoas que tomam antibióticos para combater os sintomas de um resfriado. Além de não curar a doença, o remédio ataca bactérias benéficas que habitam o aparelho digestivo. Com o desaparecimento delas, surgem bactérias nocivas, que provocam doenças como a infecção intestinal.
“Você tem que usar um antibiótico mais forte e geralmente mais caro. Fica com bactérias resistentes”, completa Olzon.
A nova regra, que determina que uma via da receita do antibiótico fique retida, deve ser publicada no Diário Oficial ainda esta semana. A partir daí, farmácias e drogarias terão trinta dias para se adaptar.
Caso a determinação não seja cumprida, a multa pode chegar a R$ 1,5 milhão e o estabelecimento pode ser fechado.
Informações de Bom Dia Brasil
FOTO: ilustrativa / GettyImages