Barack Obama estuda com especialistas “de quem é a bunda que deve ser chutada” pelo acidente que já afeta 200 quilômetros do litoral norte-americano.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A empresa British Petroleum tenta duplicar a quantidade de óleo recolhida do seu poço acidentado no Golfo do México, mas a costa sul dos Estados Unidos ainda levará anos para consertar o estrago ambiental causado, disse a Guarda Costeira nesta segunda-feira.
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O almirante Thad Allen, que coordena a supervisão das operações por parte do governo, disse que a BP pretende recolher 20 mil barris, ou 3,2 milhões de litros, de petróleo por dia na atual fase da sua operação contra o pior vazamento de petróleo na história do país, que já afeta quase 200 quilômetros de litoral norte-americano.
A nova cifra confirma a preocupação dos cientistas de que o governo teria sido muito conservador na avaliação feita em 27 de maio de que cerca de três milhões de litros diários estariam vazando. Antes, a BP estimava o problema em cerca de um quarto disso.
No relatório mais recente, a BP informou que recolheu 7.541 barris desde a meia-noite de domingo até a tarde desta segunda-feira, dia 07 de junho. Se o mesmo volume for recolhido nas próximas 12 horas, o total atingirá mais de 15 mil barris, superior aos 11.100 barris coletados nas 24 horas até a meia-noite de domingo.
OBAMA – À NBC, rede de televisão dos Estados Unidos, Barack Obama disse que as reuniões com os especialistas no assunto não são um seminário colegial, que “estamos falando com eles porque são eles que potencialmente têm as melhores respostas para então sabermos de quem é a bunda que devo chutar”.
O presidente norte-americano disse também que desde o início esteve preocupado com a crise econômica que o vazamento poderia causar, muito antes do “falatório” a seu respeito – Obama sido alvo de críticas, acusado de ter demorado muito para dar uma resposta ao impacto econômico do acidente.
Extensão do problema
Nem Allen nem a BP ofereceram uma estimativa de quanto petróleo está jorrando no fundo do Golfo do México. O vazamento começou há sete semanas e provoca graves prejuízos econômicos e ambientais, além de representar um desafio político para o governo de Barack Obama.
Antes do sucesso dos últimos dias, a BP fez uma série de tentativas frustradas. A empresa está cavando poços auxiliares com os quais pretende resolver definitivamente o problema em agosto. Depois disso, segundo Allen, a limpeza imediata do óleo levará quatro a seis semanas – mas os efeitos ambientais devem se estender por anos.
“Não estamos mais lidando com um grande vazamento monolítico. Estamos lidando com uma agregação de centenas de milhares de manchas de óleo que estão indo em muitas direções diferentes”, disse Allen.
“Lidar com o vazamento de óleo na superfície vai durar um par de meses (depois de tampado o poço). Questões de longo prazo para a restauração do meio ambiente e dos habitats (…) levarão anos.”
Após reunião com funcionários de alto escalão na Casa Branca, Obama alertou para o impacto bilionário do acidente para o setor pesqueiro, e disse que o governo vai “ficar em cima” da BP para que ela indenize rapidamente os moradores da região.
Furacão
Obama também quer que a BP se prepare para possíveis furacões no Golfo do México. A temporada de tempestades tropicais no Atlântico Norte começou na semana passada e vai até novembro.
A BP disse estar preparando um sistema em que, no caso de aproximação de furacão, seria possível retirar da sua rota o navio-sonda que está recolhendo petróleo no local do acidente. O sistema deve estar operacional no começo de julho.
Informações de portais Último Segundo e Terra
FOTO: reprodução / AP