Secretaria do Meio Ambiente cria grupo de trabalho para avaliar uso das embalagens nos supermercados
Cada vez mais, a idéia de vetar o uso de sacolas e outras embalagens plásticas em supermercados ganha novos adeptos. Agora, a discussão ganha coro estadual com a criação de um grupo de trabalho que poderá resultar na apresentação de uma lei acerca do assunto. E Novo Hamburgo colhe os frutos de ter sido pioneira no debate em torno da idéia.
Foi no município que surgiu uma das primeiras idéias de evitar o plástico. No Movimento Roessler pela Defesa Ambiental, um projeto leva à comunidade a proposta de substituir da tradicional sacolinha por uma fabricada a partir de tecido. Já na Câmara, está em tramitação um projeto do vereador Paulo Kopschina (PMDB) obrigando lojistas a utilizarem sacolas produzidas com material oxi-biodegradável.
Agora, chegou a vez do Estado se mobilizar. A Secretaria do Meio Ambiente instituiu um grupo de trabalho para avaliar o uso de sacolas e embalagens plásticas nos supermercados. A discussão pode resultar em uma legislação quanto ao uso do plástico oxi-biodegradável ou de material reciclado.
Segundo a diretora-presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Ana Pellini, o objetivo é colaborar para que as propostas sejam estudadas e avaliadas tanto em nível técnico quanto ambiental, uma vez que existem divergências no que se refere aos resíduos gerados pelo plástico oxibiodegradável e seus efeitos sobre o meio ambiente.
A preocupação se refere ao fato de que os materiais plásticos convencionais não se decompõem. O lixo urbano e os detritos acumulados nos aterros sanitários levam anos e até décadas para degradar. O lixo urbano representa poluição visual e efeitos diretos no entupimento de esgotos e galerias, além de provocar efeitos danosos à fauna marinha quando são levados aos rios e mares.
Além disto, nos aterros sanitários, o plástico convencional, além de demorar muito tempo para degradar, impede ou atrasa a degradação dos resíduos que estiverem em seu interior. Isso resulta em perda de espaço precioso nos aterros sanitários e efeitos danosos ao solo e à saúde pública. Os plásticos fabricados com o aditivo oxi-biodegradável ainda estão cercados por muita polêmica, devido à falta de informação sobre os resíduos gerados pelo mesmo.
Participam do grupo a coordenadora do Procon/RS, Adriana Burger, as técnicas da Fepam, Carmem Níquel e Gilcléa Lopes Granada, o representante da Fecomércio, Ricardo Kalil Abud, a representante da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Edina Fassini e os representantes da rede de supermercados Wal-Mart, Tatiana Franco Gonçalves e Juliana Nunes.