Evento reuniu estudiosos que temem fracasso semelhante ao registrado em Copenhague, em 2009, acerca do aquecimento global.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
As divisões entre a China e os Estados Unidos tornam cada vez mais improvável que a conferência deste ano no México sobre o clima resulte em um novo acordo contra o aquecimento global.
A opinião é de especialistas reunidos no evento Reuters Global Climate and Alternative Energy Summit. Segundo eles, os 194 governos envolvidos podem, na melhor das hipóteses, concordar com medidas sobre a ajuda financeira e tecnológica para questões climáticas e ambientais nos países pobres.
Mesmo assim, há risco de impasse na conferência da Organização das Nações Unidas – ONU, que vai de 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancún, no México.
Connie Hedegaard, ministra do Clima da União Européia, diz que os efeitos de uma possível falta de acordo na reunião que será realizada no México são muito ruins. “Se Cancún for uma grande frustração, obtendo nada ou muito pouco, então acho que muitos governos do mundo todo vão começar a dizer: ‘o que resulta desse processo?’ Os cidadãos do mundo começarão a ficar cansados se tudo o que conseguirmos em Cancún for trocar acusações sobre de quem é a culpa por não fazer nada.”
Fracasso em Copenhague
A conferência anterior da ONU, em 2009, em Copenhague, na Dinamarca (foto), já fracassou em seu objetivo de buscar um novo tratado de cumprimento obrigatório para substituir o Protocolo de Kyoto a partir de 2013.
O ritmo das negociações para a reunião de Cancún põe em dúvida até mesmo a possibilidade de que seja aprovado um conjunto de acordos mais reduzidos. Achim Steiner, diretor do Programa Ambiental da ONU, diz que muitos países justificam a falta de ação com a crise econômica.
Steiner previu, no entanto, que incidentes climáticos como as inundações no Paquistão ou a seca na Rússia, que causou uma alta global no preço dos grãos, acabarão estimulando o mundo a adotar um novo acordo climático.
Christiana Figueres, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, afirmou que a conferência de Copenhague mostrou ao mundo que não existe uma “bala mágica” para resolver o problema climático.
Segundo ela, Cancún pode resultar em um conjunto de decisões – financeiras, tecnológicas ou para a proteção de florestas tropicais – que poderiam posteriormente ser consolidadas num tratado formal. “Os governos precisam, sim, redobrar seus esforços de agora até Cancún.”
Informações de portal R7
FOTO: Ricardo Stuckert / ABr