O Judiciário como exemplo de moralidade
O diretor do Fórum de Novo Hamburgo, juiz de direito Joel Scheva, critica a corrupção, exalta a democracia e diz ainda confiar no Brasil
Um homem obstinado, que tem no compromisso ético e na honestidade os pilares de seu caráter. Joel Sani Scheva, juiz de direito e atual diretor do Fórum de Novo Hamburgo, é o entrevistado da seção Perfil do portal novohamburgo.org.
Nesta entrevista, concedida ao jornalista Rafael Geyger e ao analista político Hélio Kosby, Scheva fala da escolha pelo direito e dos passos profissionais, desde o Ensino Fundamental em escola pública de Taquara, até a graduação superior na Universidade Federal de Santa Maria, além da formação na magistratura.
De opiniões contundentes, Joel Scheva fala que toda forma de corrupção deve ser punida, ressalta a democracia e a proteção às instituições, descarta buscar espaço no meio político e, por fim, convida a comunidade a buscar, sempre que necessário, o auxílio do Poder Judiciário.
novohamburgo.org – Dr. Scheva, nos fale sobre sua infância e início profissional.
Joel Sani Scheva – Eu nasci em São Borja e sai de lá ainda com 8 meses, quando passei a morar em Gramado com meu pai, que era funcionário da viação férrea. Quando eu tinha 3 anos, minha família se mudou para Taquara e, aos 6 anos, fui a Porto Alegre, onde comecei a estudar. Depois, com 10 anos, voltei a Taquara e comecei minha vida independente aos 14 anos.
Eu estudei em colégio público durante o Ensino Fundamental. Já o Ensino Médio fiz parte no Santa Terezinha e no Colégio General Lúcio Esteves, em Taquara. Depois, fui a Porto Alegre, onde cursei parte do Científico e depois conclui em Taquara. Na área profissional, trabalhei como tipógrafo, bancário, entre outras atividades.
novohamburgo.org – O que levou o senhor a escolher o Direito?
Scheva – Por eu estar trabalhando no Poder Judiciário desde 17 de fevereiro de 1976, eu assumi como oficial de Justiça na comarca de Encantado. Depois, fui transferido para São Francisco de Paula, onde fiquei até 1977, quando acabei indo para Santa Maria para trabalhar e voltar a estudar.
Em 1979, eu passei no vestibular e me formei em 1983. Em 1984, passei no concurso para pretor de Santa Maria. Em outubro daquele ano, pedi remoção para Novo Hamburgo e passei por aqui como oficial de Justiça, pensando na proximidade da capital, onde queria fazer a Escola Superior da Magistratura.
No entanto, eu assumi em Novo Hamburgo em outubro de 1984, mas em dezembro saiu o resultado do concurso para pretor e eu estava aprovado. Gozei férias em janeiro, trabalhei em fevereiro e em 26 de março eu assumi como pretor em Veranópolis. Lá, fiquei até outubro de 85, e depois fui para Tramandaí.
Fiz concurso para juiz de direito em 1987, passei e assumi em Arroio Grande em 1988. Presidi as eleições de 1988 naquele município e fui para Santo Antonio das Missões, onde fiquei até 1991, quando fui promovido para Santa Maria.
Em julho de 1994, vim para Novo Hamburgo e meu sonho foi realizado.
Minha intenção naquela época era vir para Novo Hamburgo. Em julho de 1994, vim para Novo Hamburgo e meu sonho foi realizado. Aqui vim por remoção e até recusei uma promoção na época. Hoje, eu certamente seria desembargador se tivesse aceito a promoção e ido a Porto Alegre.
novohamburgo.org – Nestas andanças por quase todo o Estado, onde o senhor foi constituir família?
Scheva – Eu tenho dois filhos nascidos em Santa Maria e um em Arroio Grande. Os dois mais velhos são advogados e o mais novo é estudante de Direito. O mais velho, Diego nasceu em fevereiro e em março iniciei a faculdade. O do meio, Vinícius, nasceu em 24 de janeiro de 1983, o ano em que me formei. Já a esposa é de Taquara, onde me casei.