Dentro da tua visão, do teu desejo, a cultura tem o direcionamento que o senhor esperava?
Ainda não. Dentro da nossa programação, do nosso planejamento, nós queremos e vamos começar a fazer e levar a cultura aos bairros. Nós temos realmente muitos eventos culturais, mas basicamente concentrados na área central, o que impede que um grande número de pessoas tenha acesso. Então sempre tivemos a idéia de levar, por exemplo, a orquestra municipal para o bairro, coisa que ela não vai.
Então nós vamos iniciar neste ano de 2007 essa integralização, começar por ela e não só ela, mas várias atividades nos bairros. E os próprios eventos que vão ocorrer durante o aniversário dos 80 anos do município nós vamos levar aos bairros, porque nós sentimos uma carência muito grande porque a cultura também é lazer e a nossa comunidade tem uma carência muito grande, não pode participar, não participa porque não tem oportunidade.
E como criar oportunidades?
Isso começa lá na escola, também dando oportunidade de criação de grupos teatrais. Tem que crescer, tem que dar oportunidade para que a comunidade também possa estar presente lá. Nós temos dificuldade ainda de locais de apresentação, estamos melhorando, por exemplo, as nossas escolas estão com várias áreas cobertas e há possibilidades de se fazer apresentações. Nós estamos com 25 escolas abertas, que ficam todo o final de semana e lá tem a oportunidade de participar de atividades culturais.
Em todas elas têm atividades culturais agora. Nós precisamos basicamente não só na cultura, mas em vários outros segmentos, um planejamento. Ainda não temos uma orientação no que a cidade precisa ter daqui a 10, 20 anos. É uma meta que nós estamos colocando aos secretários para repassar aos conselhos, porque nós não temos isso aqui, em nenhuma área. Nem na área administrativa que nós estamos vendo agora com a Feevale para pensarmos em um plano estratégico para o município para os próximos 20 anos. Mas nós não temos em nenhuma dessas áreas, e eu vejo que a cultura é uma área básica para se investir.
Nós queremos tirar o trânsito pesado de Hamburgo Velho e vamos tirar. Vamos tirar porque não há outra maneira de fazer a preservação daquele sítio.
A respeito do significado de Hamburgo Velho, qual o preço que a prefeitura está disposta a pagar ou até onde a prefeitura quer ir no sentido de preservação?
Nós temos um grupo trabalhando só nisso e está em contato com os dois grupos de Hamburgo Velho. Tem uns que querem e outros que não querem. Nós queremos tirar o trânsito pesado de Hamburgo Velho e vamos tirar. Vamos tirar porque não há outra maneira de fazer a preservação daquele sítio. Nós temos que criar alternativas viáveis e vai começar passando pela área do Parcão, tendo passagem por ele.
De trânsito?
Sim, de trânsito. No Central Park há 15 passagens por ele. Nada impede que utilizemos o Parcão para tirar do centro de Hamburgo Velho essa movimentação, algo que não interferisse no status de Parcão, que ele continuasse nesse sentido, porque nós não temos muitas alternativas, infelizmente, principalmente com o trânsito pesado, principalmente no que se refere a transporte de passageiros.
Mas em nenhuma parte do mundo há trânsito em um centro histórico. Então nós estamos trabalhando em cima disso, queremos mudar e vamos mudar sim, até porque existe um comprometimento com a comunidade. Nós teremos um centro histórico realmente que possa atrair turistas. Nós vamos ter divisões em qualquer projeto e nós estamos dispostos a assumir esse risco, assim como em outros investimentos para pensarmos em um bem maior na cidade e não somente de algumas pessoas.