novohamburgo.org – Como ocorreu a passagem da vida de desenhista de calçados à arquitetura?
Fátima Daudt – Desenhar calçado era uma facilidade que eu tinha desde muito cedo por gostar do desenho. O tempo foi passando e me encaminhar para uma faculdade de arquitetura foi quase um acontecimento natural.
novohamburgo.org – Depois da arquitetura em algum momento voltou a desenhar calçados?
Fátima Daudt – Não. Nunca mais fiz desenho de calçados.
novohamburgo.org – E se fosse convidada a produzir alguma modelagem hoje?
Fátima Daudt – Quem sabe pensaria no assunto. Pois tudo é desafio. Mas acredito que não deva, em virtude do longo período que eu atuo na construção civil. Não penso nisto. Nunca ninguém antes tinha me perguntado sobre isto e nem eu havia pensado no assunto.
Nunca mais fiz desenho de calçados depois de formada em arquitetura
novohamburgo.org – Não sentes saudades?
Fátima Daudt – Eu gosto muito, pois em arquitetura a gente trabalha bastante o design e as linhas técnicas e isto representa momentos constantes de criação. Então, quando eu vejo um sapato bonito já imagino as possíveis modificações que poderiam ser aplicadas sobre aquele produto. Às vezes compro um sapato e já penso como ele ficaria bem mais interessante se tivesse um determinado detalhe. Este é um pensamento normal de minha profissão e a gente está sempre avaliando linhas, equilíbrio e todas estas coisas.
novohamburgo.org – E como surgiu a Agência de Viagens Deep em sua vida?
Fátima Daudt – A agência de viagens eu sempre brinco que tem mais a ver com meu sonho português. Porque este povo tem um espírito desbravador e, além disso, gosta muito de viajar. Esta segunda empresa foi constituída em 1999. O objetivo foi o de começar a diversificar os ramos de atuação dos negócios. A idéia era não ficar somente na construção civil.
novohamburgo.org – Você é casada?
Fátima Daudt – Tenho orientação de que por medida de segurança não devo falar muito sobre minha família. Portanto, sem citar nomes vou te dizer que sou casada e tenho dois filhos: um com 20 e outro com 10 anos.
novohamburgo.org – Quando você entrou na vida empresarial?
Fátima Daudt – Isto ocorreu muito cedo. Eu tinha na época 21 anos e na busca constante de novos desafios de repente eu me deparei com a oportunidade de ter uma empresa na área da construção civil. Naquele período eu ainda era estudante de arquitetura e já topei o desafio de tornar a profissão um negócio. O empreendimento começou pequeno como quase todo empreendimento começa. Houve muitos erros e acertos.
novohamburgo.org – Você recebeu algum apoio para iniciar a empresa?
Fátima Daudt – Eu e meu marido começamos juntos. Me casei muito cedo, aos 18 anos, em 1985, e com 21 anos tive o meu primeiro filho. Com ele a gente alcançou a sensação de que tudo era possível. Os desafios já eram encarados com muito entusiasmo. E foi em cima de toda esta motivação que a empresa começou a ser alicerçada. Começamos pequenos e trabalhando muito até alcançarmos o patamar de hoje. Vejo que já consegui percorrer um longo caminho e os frutos estão sendo colhidos todos os dias. Acho que o meu início foi idêntico ao de muitos empresários brasileiros.