novohamburgo-org – O senhor recebeu de casa incentivos para estudar, mas precisava ajudar seu pai?
Enio-Claro, meu pai tinha um atacado de armarinhos e miudezas e eu era filho único e ele sempre tinha esperança que eu pudesse sucede-lo. Mas eu não queria pois estava envolvido com o setor coureiro-calçadista. Eu gostava de dar aulas. Então lá pelas tantas ele foi se convencendo de que eu não queria seguir tocando as atividades dele.
novohamburgo.org – Como o senhor escolheu sua profissão?
Enio- Em 1961, com 23 anos, quando eu apenas havia concluído o curso de Letras eu comecei a dar aulas de português e francês para alunos do 25 de Julho. Eu dei aulas para alunos de 12 a 13 anos. São estes ex- alunos que ainda hoje me chamam de professor. E na seqüência eu fui assistente da direção.
Eu era filho único e meu pai sempre tinha esperança que eu pudesse sucede-lo na loja de armarinhos
novohamburgo.org – O senhor já fez muita coisa ao longo de sua vida, se tivesse oportunidade mudaria alguma coisa?
Enio – Não. Acho que sempre fiz tudo com muita tranqüilidade e sempre aproveitei as oportunidades oferecidas. Sempre tive um pouco de inquietude. Penso que é importante ter sempre a coragem de trocar de emprego. Eu, por exemplo, quando deixei de dar aula no estado e troquei minha estabilidade para ir trabalhar na Unisinos me questionaram se eu tinha certeza do que estava fazendo. Eu tinha a convicção de que estava trocando o ensino Médio pelo Universitário e de que isto era bom para mim. Também deixei o emprego da Fenac para ir trabalhar com o setor exportador.