Novohamburgo.org – A população vai mais uma vez ter que ir para o sacrifício?
Tarcísio – Não. Eu acho que a gente precisa ter foco. Acho que tem coisas que não podem falhar. Um é a saúde e outro é a segurança e outra é a educação. Eu penso que temos que ter mais ousadia na captação de recursos em outras esferas de Governo. Acredito que o município é ainda muito acanhado para isso, basta olhar outros municípios no entorno ou até mesmo do país que percebe-se que Novo Hamburgo tem uma atuação muito pouco ofensiva neste sentido.
Novohamburgo.org – Mesmo o partido do prefeito estando na base do governo Federal?
Tarcísio – A prefeitura não tem uma política de alavancagem de recursos Federais. O prefeito precisa se dispor a ir a Brasília, visitar os ministérios, se aproximar dos parlamentares. Eu recebo muitos prefeitos em meu gabinete, de municípios menores que o nosso e administrados por prefeitos do PMDB aos quais a gente auxilia na captação de recursos Federais. Eu tive uma experiência pessoal um pouco triste com Novo Hamburgo. Em 2007 o município havia recebido uma indicação de minha autoria, de mais de R$ 500 mil reais na área da saúde e por algum motivo o projeto não chegou a tempo. Ele teria sido enviado somente no último dia do ano e sem condições mais de cumprir qualquer prazo administrativo. A questão era tão importante para mim e penso que por ineficiência da equipe o projeto não foi enviado dentro do prazo adequado.
Não. A população não terá que pagar a conta mais uma vez
Novohamburgo.org – Pessoas perguntam o que o deputado Tarcísio Zimmermann fez pelo Município?
Tarcísio – Um deputado Federal tem uma capacidade limitada de alavancar recursos de sua vontade para o município. Eu agora em 2008 indiquei mais R$ 1 milhão à área da saúde de Novo Hamburgo. Acho que isto pode ser utilizado para fazer toda uma rede nova de postos de saúde para atender melhor a comunidade local. A obra da Redentora, por exemplo, está recebendo recursos de R$ 600 mil que eu indiquei ainda em 2004. Também a informatização dos postos de saúde será feita com parte daquele recurso.
Novohamburgo.org – Quando a Farmácia Popular vai se tornar realidade por aqui?
Tarcísio – Em 2005 quando o governo Federal lançou este programa e de forma ampliada eu trouxe aqui para a região o coordenador do programa de Farmácia Popular e promovi duas reuniões: uma em Parobé e outra na ACI em Novo Hamburgo. Chamamos a comunidade para se inteirar do projeto. Farmácias foram implantadas desde 2006 em São Francisco de Paula, Parobé, Taquara e Montenegro. Novo Hamburgo demorou muito a aderir. Só fez isto muito recentemente depois que a Suzana Pereira assumiu a secretaria de Saúde. A Farmácia Popular disponibiliza remédios a preços bem mais acessíveis a comunidade. São pouco mais de 100 itens que cobrem 80% das necessidades dos usuários de medicamentos de uso contínuo. É uma pena que este projeto tenha demorado tanto para chegar aqui. Acredito que nos próximos meses ela seja inaugurada ali na Lima e Silva. O prédio já está reformado. O próximo passo é a Fundação Fiocruz equipar o local, treinar a equipe e fornecer os remédios. O governo repassará R$ 10 mil mensais para a manutenção do local.
Novohamburgo.org – Como enxugar máquina sem prejudicar a comunidade?
Tarcísio – Na verdade uma dívida com o governo do Estado você tem vários caminhos protelatórios. Certamente o governo do Estado deve muito dinheiro à cidade, frente ao não repasse de recursos devidos na área de Saúde, Educação ou transporte escolar. A gente tem condições de parcelar isto em 30 ou 40 anos. Ai a gente vai ter que fazer com que a Comusa seja lucrativa. Não consigo entender o fato de que no período em que a Corsan fazia a gestão dos trabalhos por aqui havia somente um gerente. Depois que virou Comusa foi criado quatro diretorias e uma estrutura super inchada. Mesma coisa é no Hospital. Não vejo a necessidade de ter três ou mais diretorias. Acho que é possível trabalhar de forma mais racional e até valorizando mais quem está a frente destes trabalhos. Acho até que tem um outro problema – o horário de atendimento externo a comunidade. Já que se convencionou que os servidores trabalharão seis horas diárias está tudo certo. Agora os cargos de confiança vão ter uma carga horária diária de oito horas. Será preciso um remanejamento de turnos de trabalhos entre os cargos de confiança para que a população seja atendida durante todo o dia.