novohamburgo.org – Existe solução para o Hospital Municipal?
Ruy Noronha – É realmente fundamental a ampliação de leitos! Sendo um hospital público esquece o conceito de apartamentos individuais. Amplia o hospital, coloca no entorno todas as instalações de especialidades: exames cardiológicos, ecografias, tudo. Vejam o que o Hospital Regina fez, com a construção do Centro Clínico. Tudo o que é preciso ou tem exames dentro do hospital ou ao lado. E não pode haver preocupação de superávit. Realmente saúde dá prejuízo. Então deve-se ampliar o hospital, melhorar suas instalações e equipamentos e colocar dinheiro para dentro sem vergonha. E voltamos ao ponto da medicina preventiva, onde se economiza no atendimento e no remédio. Apostando na qualificação da saúde é possível controlar o custeio da estrutura. Não há outra saída.
Acho que Novo Hamburgo merece um segundo hospital. Canudos é uma cidade. Isoladamente é maior do que Campo Bom. Existe a possibilidade de parcerias com uma Ulbra, Unisinos, Feevale, desde que observados alguns princípios, alguns critérios. E desde que se preserve um bom atendimento a comunidade.
“Deve-se ampliar o hospital, melhorar suas instalações e equipamentos e colocar dinheiro para dentro sem vergonha.”
novohamburgo.org – Mas existem diferenças entre o Hospital da UNIMED e Hospital Municipal.
Ruy Noronha – De certa forma sim. Mas não conforta você ter que ir para um hospital, seja qual for. E você entra dentro de uma UTI de um ou de outro e os equipamentos são os mesmos. Isso sem falar na motivação das pessoas em salvar vidas, que não é diferente entre um e outro. Atende na unidade de saúde e só vem para o Municipal para internação. Deve ser assim. A consulta deve ser nas unidades básicas.
novohamburgo.org – O lixo é um problema no mundo inteiro. Mas por que parece que em Novo Hamburgo é um problema sem solução?
Ruy Noronha – Primeiro nós não temos um aterro sanitário. O nosso está interditado e tecnicamente está bloqueado para reativação. É preciso recuperar aquele lixão tal como ele está e colocar em cima uma praça. O resíduo final, eu acredito que através da contratação de uma empresa especializada na área de pesquisas, devemos encontrar um local compatível. O melhor é não ter, mas economicamente é muito mais vantajoso ter um aterro sanitário controlado do que transportar o lixo. Mas o ideal é reduzir o resto. Reduzir ao mínimo possível o que será depositado ali.
A incineração e outras alternativas aparentemente não são as mais apropriadas. Você reduz a poluição do solo, mas polui a atmosfera. O lixo é um problema e a única forma de enfrentarmos isso é a reciclagem. Deve-se incentivar cooperativas, mas municiá-las, ajudar na sua organização, além de campanhas com a comunidade. Incluir no currículo das escolas a educação para o meio ambiente, coleta seletiva… Também educação tributária, educação patrimonial. Deve-se incutir isso, mesmo que em uma geração, mas incutir nas novas gerações essas idéias.
A prefeitura deve interagir nesses meios, propondo e acompanhando. Vamos trabalhar muito a ação social. Não o assistencialismo. Fazer com que as pessoas que participem dos programas sociais se envolvam realmente na comunidade e participem em creches, programas de desenvolvimento de renda, aprendam um ofício, qualificação. São tantas coisas que devem ser feitas.