novohamburgo.org – Qual o tamanho da máquina pública em um eventual mandato do PTB?
Ruy Noronha – O custeio da máquina está em cerca de 50% da receita orçamentária do município. Se pegares uma empresa privada, com 30% de encargos de pessoal ela já está mais ou menos no limite. O diferencial é que a prefeitura, em função da estabilidade de seus funcionários, excelentes funcionários, mas com uma vocação gigantesca para a burocracia, o que atrapalha, dificulta. Em termos econômicos dificilmente conseguiremos mudar este quadro para em torno de 30%, mas se nós conseguirmos nos manter do limite máximo de 45%, incentivando o funcionário, qualificando o funcionário, que estes vistam a “camiseta”. Embora não se consiga reduzir drasticamente o peso da folha, se conseguirmos alcançar 45% da receita, aliado ao sindicato qualificar os quadros, é possível ampliar a intensidade do serviço prestado.
E os cargos de confiança?
É muito cacique para pouco índio. Tem setores onde existe o chefe, do chefe, do chefe… É necessária a chefia quando há uma coordenação. Às vezes fica evidente que cargos são criados para atender um amigo, um companheiro, um partidário. Tá na cara! A estrutura da prefeitura pode ser simples. Não precisa de dois chefes. O secretário não precisa ter quatro diretores! Talvez com um diretor ele consiga atender bem as demandas da secretaria.
“É muito cacique para pouco índio. Tem setores onde existe o chefe, do chefe, do chefe…”
Por essa lógica podemos deduzir que serão diminuídos em 75% os cargos de confiança?
Em alguns setores sim. Mas não é essa a conta. A Secretaria de Segurança tem um secretário, o diretor de transportes, o diretor da guarda, e este é sim importante para coordenação de um setor da secretaria em que há a delegação de atribuições. Mas o setor que faz o trânsito… O diretor de transportes, para uma prefeitura que terceirizou a frota… Sinceramente só parando e abrindo para poder responder exatamente, mas necessariamente deve haver um enxugamento.
Ruy Noronha – A Fenac é uma situação diferenciada, pela sua origem, pelo seu desenvolvimento, sua estrutura, sua representatividade. Ela deve permanecer ligada ao setor empresarial. Mas ela tem que ser transformada em uma festa permanente. Eu vejo por outras cidades. Todo fim-de-semana ou a cada quinze dias tem uma festividade. E a Fenac tem toda a estrutura para isso. Se não dá dinheiro, não importa. Lucro não deve ser a primeira finalidade. Claro que se deve manter uma estrutura financeira enxuta. Mas o lucro não deve ser o objetivo, e sim o que ela consegue trazer de retorno para a comunidade. Pela repetição, isso vai começar a gerar turismo, movimentação comercial. Com anos de constância acontece o retorno para todos.
A Comusa com dois diretores é administrável. Não são necessários quatro diretores. Um diretor geral e um técnico. A Comur igualmente, com dois, talvez três diretores. Eu iria agregar a Comur uma atividade rentável, não sob o ponto de vista financeiro. A indústria da construção civil produz cerca de 20% de lixo, dentro do material utilizado. Esses inertes podem ser agregados e eu iria transformar a pedreira em uma fábrica de tijolos e principalmente estrutura de pré-moldado para construção de habitações populares.