novohamburgo.org – No que implica esta mudança de legislação?
Ramon Fernando da Cunha – Pode ser que as autoridades passem a exigir um processo de institucionalização com três programas de mestrado e um programa de doutorado. Dentro da legislação que levou a criar o projeto Universidade, hoje a Feevale tem 11 grupos de pesquisa dentro do CNPQ. A exigência era três.
Já há também um programa de mestrado e outros dois estão tramitando dentro da CAPS (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que devem ser aprovados em breve. Um mestrado é conseqüência do amadurecimento dos programas de pesquisa. E o programa de doutorado acontece depois da instituição ter amadurecido o de mestrado.
Isso não é possível ser feito antes de um certo tempo de vida de uma instituição. Dentro do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Feevale, a previsão é de que em 2009 ocorra a apresentação de um programa de doutorado, com implantação em 2010.
Isso faz com que, se eles optarem por aplicar a legislação atual, a Feevale terá que continuar seu trabalho e a transformação do centro em universidade não ocorrerá agora. Porém, se a opção for por aplicar a legislação anterior, então sem dúvida a Feevale terá sucesso.
novohamburgo.org – Com a legislação anterior, qual seria o prazo?
Ramon – Em junho, eles terminaram de fazer visitas para as seis instituições que possuem processos de transformação em universidade e, no segundo semestre, os técnicos do governo vão discutir qual atitude a ser tomadas.
É importante lembrar que a decisão que eles deliberarem para essas instituições servirá como balizador para o recredenciamento de outras universidades, mesmo que não tenham três programas de mestrado e um de doutorado. Se for aplicada a legislação nova, muitas universidades não terão suas licenças de funcionamento liberadas.
novohamburgo.org – O senhor acredita que o ministro Fernando Haddad irá seguir qual legislação?
Ramon – O ministro Fernando Haddad gostaria muito de aplicar a legislação nova, mas o que vai definir as regras será o Conselho Nacional de Educação. Dessa forma, o processo da Feevale seria mais demorado do que o esperado, porém o caminho é irreversível.
O crescimento do número de alunos já não é mais o significativo para nós.
novohamburgo.org – Em 1999, a Feevale oferecia oito cursos e tinha três mil alunos. Hoje, são 40 cursos de graduação e 18 mil estudantes. Até onde vai este crescimento?
Ramon – Nós temos trabalhado nos últimos anos sobremaneira na qualificação de todos os nossos processos. O crescimento do número de alunos já não é mais o significativo para nós. O mais importante para a Feevale é que obtenhamos o desenvolvimento da pesquisa, dos programas de mestrado e de extensão.
O crescimento deve ser moderado daqui para frente. Enquanto não houver uma política pública de financiamento ao estudante, vai ser difícil um crescimento tão grande quanto o que nós tivemos. Nosso investimento é na qualificação.