novohamburgo.org – O senhor tem se encontrado e conversado com a governadora Yeda?
Paulo Feijó – Depende da época.
novohamburgo.org – Mas há abertura para o diálogo entre vocês dois?
Paulo Feijó – Muito pouco. Eu passei quatro meses sem falar com ela. Agora, no pacote, ela me chamou para me ouvir. Hoje (dia 22 de outubro), estou duas semanas sem falar com ela.
novohamburgo.org – A última conversa então foi sobre o pacotão, o chamado Plano de Recuperação do Estado?
Paulo Feijó – Fui convidado a dar minha opinião. Ela não tem gostado das minhas opiniões. Mas fui convidado a contribuir e estou contribuindo. Ela quis me chamar para dentro do governo para eu apoiar o pacote. Eu disse que iria apoiar depois de analisá-lo. Uma vez analisado, dou minhas contribuições. Ela pediu que eu desse e eu estou dando, a cada dia.
novohamburgo.org – Integra o pacote do governo a venda de imóveis do Estado. Não lhe parece que eles foram incluídos de forma muito tímida?
Paulo Feijó – Eu acho que é uma das medidas. O Estado tem centenas de imóveis que não trazem benefício nenhum à sociedade. Sou favorável à venda de ativos. Nós, no orçamento doméstico, quando estamos apertados financeiramente buscamos a venda de alguma coisa. Uma empresa age da mesma forma.
Eu passei quatro meses sem falar com ela (Yeda).
Agora, temos que potencializar estes ativos. Sobre vender imóveis individualmente, não vejo grande resultado. Se integralizar eles em um fundo imobiliário e vender cotas, acho que potencializamos muito mais e foi esta a proposta do Democratas.
novohamburgo.org – O Democratas votará contra o pacotão?
Paulo Feijó – Vamos votar em bloco contra o aumento de impostos. Mas o que for a favor de reestruturação, votaremos a favor. Tanto é que fizemos uma emenda ao projeto suprimindo qualquer possibilidade de aumento de impostos. Esta emenda terá que ser votada em separado.
Se nós tivéssemos aplicado o que defendíamos durante a campanha, o Estado estaria em outra situação.
novohamburgo.org – O senhor confirma que houve a promessa de campanha de não aumentar impostos?
Paulo Feijó – Houve. Não uma, mas diversas. De forma clara, objetiva, gravada e filmada.
novohamburgo.org – Que não partiram do senhor?
Paulo Feijó – Partiram de mim e da candidata a governadora, que hoje é a governadora. Sem dúvida. Estão gravados e filmados, diversos procedimentos neste sentido, em entrevistas e debates.
novohamburgo.org – Mas a governadora nega.
Paulo Feijó – Não tem como negar desde a semana passada, quando foram divulgados vídeos das declarações.
novohamburgo.org – A prática de não seguir o discurso de campanha é outro fato que lhe desagrada?
Paulo Feijó – É claro. Se nós tivéssemos aplicado o que defendíamos durante a campanha, o Estado estaria em outra situação.
O Legislativo vai sentir o clamor da opinião pública contra o aumento de impostos.
novohamburgo.org – Que mensagem o senhor gostaria de deixar neste momento aos gaúchos?
Paulo Feijó – Eu entendo como fundamental que cada cidadão, cada contribuinte que paga muito imposto, acesse o site da Assembléia, pegue os e-mails de todos os deputados e envie mensagens a todos eles, contrárias ao aumento de impostos, contrários a mandar empresas embora, a aumentar o desemprego. Conclamo a todos que façam isso. E todos aqueles que puderem, também liguem para os gabinetes dos deputados. Dessa forma, é que o Legislativo vai sentir o clamor da opinião pública contra o aumento de impostos. O sentimento está quase claro, mas acho importante a manifestação, o posicionamento. E, se possível, no dia da votação se manifeste novamente.
novohamburgo.org – No dia da votação, o senhor estará presente?
Paulo Feijó – Vou, sem dúvida.
novohamburgo.org – Repetirá a camiseta personalizada contra o aumento de impostos?
Paulo Feijó – (Risos) Não sei, ainda.