novohamburgo.org – Hoje, de cada 10 hamburguenses, nove dizem que se o Lucas Redecker concorresse a qualquer cargo agora, estaria eleito. Como tu avalias isso?
Lucas Redecker – A política não pode ser vivida de oportunismo. Muitas pessoas se utilizaram e se utilizam porque isso é favorável a elas. Só que a medida em que tu escolhes um rumo, tu tens que traçar aquele rumo e não pode ser afoito para fazer aquilo ali. Eu preciso sentar, traçar o rumo, saber quais são as metas e onde eu quero chegar.
Claro que eu não vou dizer que tenho 26 anos hoje e amanhã vou querer ser presidente da República. Mas se eu vou seguir um rumo no executivo, no legislativo? Quero trabalhar vinculado ao município, ao estado, ao país? Então, o que quero? Com essa comoção que existe hoje, seria bom aproveitar se eu fosse oportunista. Com certeza eu tenho uma noção e escuto a mesma coisa. Só acho que não é certo eu aproveitar esse momento. Confesso que eu tinha um projeto de concorrer no próximo ano, que nesse momento está estagnado.
novohamburgo.org – E esse projeto previa que tu irias concorrer a qual cargo? Prefeito, vereador?
Lucas Redecker – Prefeito, vereador, vice-prefeito… eu não sei. No momento está estagnado. Eu tenho um projeto político. Em 2010, provavelmente. No próximo ano, a dificuldade é muito grande. Para prefeito, é necessária uma estrutura muito grande. A vice-prefeito, se nós coligássemos com alguém, a maioria dos candidatos tem uma maneira com a qual eu não concordo. Eu não posso defender uma política que não é minha, que eu não acredite.
Acho interessante os partidos se coligarem. E nem digo em âmbito municipal. Coligação é importante, mas tu sabes que carregas um ônus, o peso de uma administração. Tem sempre os dois lados de uma moeda. E a vereador eu também pensei. Quem sabe concorreria a vereador. Mas são necessárias lideranças que te apóiem.
novohamburgo.org – Poderia ser o caminho mais fácil?
Lucas Redecker – Em partes. Existe a questão de já ter concorrido na última eleição. Você conhece no mínimo 20 candidatos a vereador, e na família a pessoa vai ter de escolher entre estes 20 potenciais candidatos. Tu disputas muito os votos dentro de uma mesma família, com outros vários candidatos.
Com certeza, eu vou procurar ocupar o espaço do meu pai. Vou buscar fazer com que ele seja o meu.
Meu pai deixou um espaço, que sempre trabalhou para manter. Uns vinham e tentavam desmanchar, ou enfraquecer uma ponta. E o teu adversário sempre trabalha nos teus pontos fracos. E muitos virão para tentar ocupar os espaços que o pai deixou. Eu posso tentar ocupar também, da mesma maneira que outros tentarão ocupar. Independente de eu ser filho, vão disputar comigo o espaço.
Eu tenho uma vontade de ocupar o espaço do meu pai. Por ser filho dele, pela continuidade de um projeto que eu acredito e ajudei a construir. Pelo estilo de trabalho com o qual eu também me identifico. Pela participação direta de todos na família. Ele não trabalhava sozinho. A família trabalhava com ele. Com certeza, eu vou procurar ocupar o espaço do meu pai. Vou buscar fazer com que ele seja o meu.
Amigos pessoais, que são prefeitos, vereadores, eleitores, me dizem que, para o que eu for (concorrer), estão comigo.
A gente sabe que tem uma baixa lá, uma conquista aqui. A política é como uma empresa: quando ocorre uma fusão, vocês vão buscar um espaço que com certeza o outro lado também vai buscar ocupar. É natural. As pessoas não podem se irritar, esbravejar, achar que são donos de um espaço. Não são donos de nada!
E eu não tenho um mandato. Eu tenho amigos, e a política me deu muitos amigos. Muitos mais que eram amigos deles. E meu pai tinha muitos amigos, não só políticos, mas amizades mesmo. E eu tenho recebido ligações diariamente, desde o acidente, e esses amigos que são amigos pessoais, que são prefeitos, vereadores, eleitores, me dizem que, para o que eu for, estão comigo. Outros, a gente já sabe que eram interesses políticos. Mas a vida é assim.